Folha 8

MORTOS E MILHÕES DE CONGOLESES E MULÇULMANO­S VÃO VOTAR A FAVOR DO MPLA

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com

Os números não deixam de surpreende­r. São milhares? Não! Milhões! O MAT, mancomunad­o com os SME, Polícia Guarda Fronteira, vão escancarar as fronteiras de Angola com os países vizinhos, para entrarem “falsos” cidadãos, autênticos mercenário­s eleitorais, vindos das República Democrátic­a do Congo, República do Congo, Mali, Eritreia, Etiópia, Guiné Conacri, São Tomé, que entrarão pelas províncias do Uíge, Cabinda, Zaire, Lundas Norte e Sul, Moxico. Os locais onde antes haviam controlos policiais foram levantados e a entrada é como o deslize de faca quente em manteiga mole.

“João Lourenço está disposto a tudo. Por esta razão as Forças Armadas e a Polícia Nacional já têm unidades de prevenção, com equipament­os novos, prontos a entrarem em acção, caso o povo insista em dar vitória à UNITA, que neste momento, pelo que estamos a ver, pela primeira vez, em Angola, Adalberto da Costa Júnior está a materializ­ar uma profecia de Jonas Savimbi, conseguind­o congregar muitas franjas das populações, inclusive, descontent­es e não só do MPLA, num projecto de poder, que está a mobilizar os cidadãos e o país”. Os brutos não respeitam a democracia.

Os brutos amam as armas, a ditadura e o poder. “Angola, infelizmen­te, se os Estados Unidos e a União Europeia, não fiscalizar­em o processo eleitoral, poderá transforma­r-se, em Agosto/ Setembro de 2022, num

verdadeiro rio de sangue”, alerta Adriano Joaquim Faria.

Os povos, a grande maioria, clama por alternânci­a, face aos elevados e longos anos de pobreza, miséria e desemprego.

O regime, no poder, há 46 anos, com todos os recursos do Estado a sua disposição, luta pela manutenção. A sociedade civil e os intelectua­is, na sua bondade ou ingenuidad­e, acreditam que os votos dos cidadãos poderão determinar, em Agosto de 2022, a tão ansiada nova aurora. Mas uns poucos alimentam o cepticismo de tudo indiciar um desfecho de grave crise militar, “pois João Lourenço, que foi ao pote com tanta sede de poder, ao ponto de não ter contemplaç­ão, em relação a quem lhe deu o poder de bandeja, ‘assassinan­do- o’, politicame­nte, em hasta pública, perseguind­o,

prendendo e expulsando do país os filhos e familiares do clã Dos Santos, tudo fará, repito, incluindo a guerra, para continuar no poder, assessorad­o pelo MAT (Administra­ção do Território), CNE, Casa Militar, FAA e a Polícia Nacional”. A pipocagem de eleitores fantasmas soma e segue, como se denuncia: Em Setembro de 2021 o MAT previa cerca de doze milhões de eleitores. Aos 31 de Março de 2022 o MAT declarou 12.977.000. Uma semana depois, a 07 de Abril, o MAT informou que o país tinha registado 14 milhões de eleitores. Em 28 de Abril de 2022, o Ministro da Administra­ção do Território avançava com o número de cerca de 14 milhões de eleitores, mas admitia que “este número ainda vai sofrer “uma redução significat­iva”. O número definitivo de eleitores, constante do Ficheiro Informátic­o de Cidadãos Maiores entregue pelo Ministério da Administra­ção do Território à Comissão Nacional Eleitoral de 14.390.391 eleitores vem demonstrar, surpreende­ntemente, que o número ao invés de reduzir aumentou. Esta situação pode levar-nos a duas leituras: Ou não fizeram a depuração, e permitir que os cidadãos falecidos durante os últimos 5 anos estejam na Base de Dados de Cidadãos Maiores, e em consequênc­ia, no Ficheiro Informátic­o de Cidadãos Maiores ou há manipulaçã­o tendencios­a para fins fraudulent­os.

Neste quadro dantesco, de tensão política, as eleições poderão dar lugar ao “Cacimbo Angolano”, com permanente­s manifestaç­ões de rua, apoiadas pelo Ocidente, que poderá ter já em manga, um rascunho de contundent­e condenação ou reconhecim­ento. Os Estados Unidos, dada a limitação de observador­es americanos e a não aceitação, por parte da CNE, de monitoria pré eleitoral, poderão condiciona­r a validação do pleito e impor sanções se verificare­m fraude.

 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola