Forças sobrenaturais ou forças humanas, na destruição de Angola e da África inteira?
Não penso estar a exagerar, quando falo na destruição de Angola, assevera o político e professor universitário, Marcolino Moco. É sobretudo na destruição de todas as referências éticas e morais de que falava, se não me engano, o Arcebispo de Saurimo, Dom José Manuel Imbamba, actual Presidente da CEAST, no último evento dessa instância eclesiástica, em Malanje. Com a destruição dos valores éticos, vem a destruição do resto, até à fome que nos vai consumindo. Entretanto, todos os caminhos para a possibilidade de alternância política e de gestão do país, estão fechados, com a complacência (ou até mesmo com o estímulo?) dos de fora que, paradoxalmente, nos vão invocando necessidades de adopção de seus ideários democráticos. Como não acredito no comando de forças sobrenaturais – para mim o Criador deixou tudo por conta da inteligência e poder de escolha de que nos dotou – pergunto-me se não é caso para renegociar as nossas independências com o Ocidente, para que tudo fique em pratos limpos? Não se zanguem comigo. Vamos discutir. Não sou o primeiro a pensar que todo este tipo de irracionalidade que nos empurra, vertiginosamente, para abaixo, deve derivar de forças (humanas) do Ocidente, que se não refizeram das benesses formalmente perdidas, com as nossas precipitadas independências e as procuram recuperar, todos os dias, pervertendo as consciências dos dignitários dos nossos Estados. Como entender a mudança de tão boas ideias de JLO, de 2017 para este tão descarado desprezo de consensos nacionais, em 2024? E em discurso corroborado, hoje, por um jovem deputado que compara o comportamento de todos os que não concordam com as incongruências do Presidente, em matérias fundamentais de organização do Estado, ao dos macacos (aplaudido pela sua bancada parlamentar!), e ontem por um também jovem, brilhante e promissor Ministro de Estado da Casa Civil que, para baralhar, confunde, deliberadamente, qualidade com quantidade. Mas, como não estamos sós, como entender a súbita mudança de comportamento do actual presidente do Senegal, que do confronto corajoso contra o ex-presidente Wade, vem mais tarde copiarlhe a imoral, inconstitucional e conflituosa vontade política do “apetitoso” terceiro mandato, destrua-se o que se destruir? A minha ideia é que, partindo do princípio de que o Ocidente não gosta de emigrados do Sul (ou será tudo uma falsidade?) deveríamos convencê-los de que nos devem deixar estabilizar, minimamente. De resto discutiríamos algo que nos leve a atingir um certo fifty/fifty. Não este constante empobrecimento do Continente, em que qualquer dia só sobrará terra.