Jornal Cultura

[Provérbios kimbundu - português]

Kitembu kia’ n’janguela

-

– Kitembu kia’ n’janguela (O vento lenhou para ele; alguém recebeu oferta ou apanhou algo)

– Wambata homamba kia’ zeka pambu (O que levou carga não pode dormir no desvio; quem levou boa coisa tem medo de ser assaltado) – Ungumba uxixima (Ficar sozinho dói; nascer sozinho é sofrimento)

– Wah hungana kiene kia dilonga dia tambii kiene (Está como o prato de um óbito, vai a qualquer casa; a pessoa que não pára num lugar) – Anah mbuijii adila xinde dimoxi (Os ilhos de uma paca comem juntos no mesmo feixe de capim; os ilhos de mesmo pai devem estar unidos) – Mwene wadilaku( Foi ele que comeu lá; Só ele pode decidir)

– Kwa tunda oh kitadi nuka wa uxingaku( Onde esta’ a sair o dinheiro nunca pode ofender lá; a pessoa que te ajuda nunca pode lhe esquecer) – Kazanga fuxe (O que estraga tudo; pessoa que estraga a conversa)

– Oh kifuba kia lembua mona ndengue ymbwa wayna kuiu (O osso que o miúdo desconsegu­iu o cão levou-o; a mulher que o miúdo deixou o mais velho levou-a) – Kubana kuavulu kubekela wadiama (Dar muito traz pobreza; quem dá muito amanhã ica sem dinheiro ou produtos) – Wila wy talah kikwambi( Diz que olha a ave; quando te dão algo não podes mostrar a alguém, porque se não o outro também pode pedir)

– Hatunda oh dixii hala tuya (Onde está a sair o fumo há fogo; onde há pessoas há conversa) – Dya ngoue kiwibule kima ce wibula phata yie kumuxima (Come só, não perguntes nada, se perguntare­s é porque tens dúvida no coração; se vais a um sítio o que te derem recebes só)

– Kudikila oh kangulu kankuenu kukamba kangulu (Dar de comer ao porco do outro é por falta de ter porco; dar de comer o ilho do outro é por não ter ilho) – Holama ya tota kosso wi tola wendu fuaa (A onça ferida vai perseguir alguém até à morte; a pessoa de mau comportame­nto não dá para andar com ele)

– Oh nganga ni ydikia lowee munguu kanah kawissu que ndu kundia( O feiticeiro, depois de matar muita gente, amanha é já um ilho pequeno que vai tirar-lhe a vida) – Oh kimbi kienda kizuata ni kidi (O morto anda, veste e come; a pessoa que está para morrer faz tudo ainda na vida)

– Oh xotoh y watela mu menha y tumbuke (Quando peidares na água, as bolhas podem sair para cima; o segredo é só de uma pessoa e não de duas) – Wakuzembe you wa kuxitala kaleia ynzo ya kuzeka (Quem não te gosta é aquele que te queixou, a cadeia é casa de dormir; o que tu procuraste não podes negar que não presta)

– Un’xii u wamonue u kutokee mu messu (O pau que tu viste te entra no olho; o perigo que está à tua frente te mata)

 ??  ??
 ??  ?? Abílio Manuel nasceu em Malanje, em 1962, de uma família camponesa. Viveu a sua infância em Kiwaba Nzoji com os avós que lhe transmitir­am o kimbundu. Fez estudos secundário­s até à 8ªa classe. Possui o gosto pela leitura. É mecânico de frio.
Abílio Manuel nasceu em Malanje, em 1962, de uma família camponesa. Viveu a sua infância em Kiwaba Nzoji com os avós que lhe transmitir­am o kimbundu. Fez estudos secundário­s até à 8ªa classe. Possui o gosto pela leitura. É mecânico de frio.
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola