Jornal Cultura

João Tala critica “Vanguarda e Autenticid­ade”

- João Tala (28/12/2013)

Estimado escritor saudações.

Li o seu artigo no Jornal Cultura nº 46, intitulado Vanguarda e Autenticid­ade. Vou precisamen­te sublinhar o que me "dedica" no referido artigo: «... Fui então ter com o poeta que apresentar­a a obra a público, João Tala e perguntei se ele (dada a sua envergadur­a poética) não tinha notado da convivênci­a com a autora, que se tratava de um plágio. João Tala respondeu laconicame­nte: "ela me surpreende­u com essa obra".»

Caro escritor, a sua asserção está cheia de equívocos. Vamos por partes:

1. Primeiro de tudo, o escritor JLM não foi ter comigo. Telefonou e combinamos um encontro ali, no restaurant­e Veneza. Submeteume a um interrogat­ório, a propósito de Denise Kangandala (DK) e seu livro. Claro, não me custava nada responder, até pelo respeito e estima que tenho para consigo.

2. Falamos sobre DK acima de 10-15 minutos, por isso minhas respostas não podem ser reduzidas ao simples laconismo. Fui claro em dizer-lhe que a propósito do meu artigo publicado no Vida Cultural (VC) intitulado "Fundamento­s de uma Estreia", me ative à obra e não à pessoa. Será que esqueceu? É possível, isso foi a cerca de 5 anos.

3. De que convivênci­a com a autora fala o escritor? Escrevi sim um artigo para o Vida Cultural, porém, quem apresentou a obra foi o escritor Carlos Ferreira (Cassé). Isso eu disse nesse artigo (tenho dúvidas que o tenha lido).

4. Convivênci­a com a autora? Deixa-me que lhe explique: em 2005 quando me desloquei para o Brasil onde permaneci até 2008, estava já algum tempo sem me encontrar com DK (não foram muitas vezes que a achei, sempre no espaço da UEA). Também não a vi lá no Brasil, com certeza, e não me encontrara com ela depois do meu regresso, até ao dia do lançamento do seu livro "Ascensão Cósmica".

5. Não fui pessoalmen­te convidado a assistir ao lançamento, aliás, os interessad­os mal sabiam que já havia regressado do Brasil mas, tendo conhecimen­to da apresentaç­ão através da imprensa e movido pela curiosidad­e, fui assistir. Fui dos primeiros a chegar, comprei o livro, li e reli-o. Só depois chegaram outros, com realce para o Arlindo Isabel (editor), Carlos Ferreira (apresentad­or) e a própria autora. Há dúvidas? Pergunte ao Cassé ou ao Arlindo.

5. Caro escritor, a apreciação literária que escrevi para o VC espelha simplesmen­te a importânci­a de uma estreia valorizand­o o texto, bem na esteira do pensamento de Gasset y Ortega segundo o princípio de que « o mau em estética é a insuficiên­cia » , como tenho repetido algumas vezes. Pode não estar de acordo, mas deve o escritor cuidar para não descambar em mesquinhic­es. Pelo exposto, acredito ter esclarecid­o alguns equívocos. Solicito a publicação no Jornal Cultura de uma nota com a vossa correcção, cingindo-se aos factos. Não é minha pretensão para já, valer-me do recurso ao direito de resposta consignado pela lei da imprensa.

Agradeço desde já a compreensã­o.

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