Musseque Lugar de memória
Teve lugar no dia 10 de Março, pelas 18H30, no Centro Cultural Português – Instituto Camões, a inauguração da exposição "MUSEKE", promovida pelo Centro de Estudos e Investigação Cientí ica de Artes, Arquitectura, Urbanismo e Design da Universidade Lusíada de Angola (CEICA), que icará patente ao público até dia 24 de Março.
A exposição MUSEKE, através de desenho, fotogra ia e vídeo, aborda a temática do espaço urbano degradado no contexto da cidade de Luanda, inserindo-se numa sé- rie de iniciativas programadas para os próximos dois anos em torno do mesmo tema.
Com esta mostra pretende-se levantar questões e problematizar a cidade em relação ao espaço Musseque, designadamente nas vertentes de sustentabilidade e urbanidade. O Musseque em Angola surgiu na segunda metade do Séc. XIX como espaço de divisão entre a cidade formal (população branca europeia) e a informal (população negra autóctone) e foi evoluindo ao longo de mais de um século para um lugar transcultural e miscigenado.
Citando as palavras da Curadora da exposição, arquitecta Ângela Mingas, "é necessário compreender o Musseque de forma multidimensional de maneira a que a intervenção no seu espaço não signi ique anulação da sua identidade. E ainda "os
Musseques são na realidade lugares de memória de todos os angolanos. Não importa o estatuto social de cada um. É importante dizer que a aniquilação destes pode ou poderá ser a pura representação da necessidade de escondermos o lugar degradado de onde viemos, mas repleto de memórias intrínsecas que faz de nós o que somos.”