Jornal Cultura

Conjunto Angola 70 encerra festival de Berlim

Instituto Goethe faz cinco anos a ligar Angola e Alemanha

- Matadi Makola

Comemorada na Fortaleza de Luanda na tarde do dia 15 de Junho, a festa dos cincos anos da presença do GoetheInst­ituto Cultural Alemão de Angola decorreu ao som daquela que se tornou na sua mascote musical: Conjunto Musical Angola 70, que da sua directora, *Christiane Schulte, recebemos a noctícia do concerto deste conjunto no tradiciona­l Festival de Verão ao ar livre "Wassermusi­k" na Casa das Culturas do Mundo, em Berlim.

Com início a 24 de Julho, o concerto do conjunto Angola 70 no dia 16 de Agosto encerra o referido festival. Fica ainda agendado para o festival a apresentaç­ão no dia 8 de Agosto dos ilmes Urba Motion, uma série de retratos urbanos e da cena musical luandense que a produtora angolana Geração 80 desenvolve­u contando com o apoio do Instituto Goethe.

A aposta no conjunto assenta na visão global do Goethe em não deixar esquecer o passado, como atesta a sua directora: “Sem conhecer o passado não seria possível traçar o futuro ou desenvolve­r novos projectos. Eu pessoalmen­te acho que é uma ideia global. Apostamos no conhecimen­to destes clássicos e damos a conhecer as novas roupagens. As pessoas gostam muito dessa música lá na Alemanha e têm grande aceitação e respeito”.

Nestes cinco anos, o Goethe focou as suas energias nas áreas da Música, Arquitetur­a, Literatura, Dança, Designer e Cinema. Em Literatura, por exemplo, a directora destacou os projectos Kusunguila (spokem word, em 2013) e Pitanga, que visam a promoção de poesias angolanas na Alemanha, que icou também conhecido como loja de poetas, visto que é uma plataforma cujas apresentaç­ões bilingues (português e alemão) foram inseridas na internet. Estes projectos contaram com a parceria da União dos Escritores Angolanos e do projecto juvenil de cariz literário Artes ao Vivo.

Também tem no seu arquivo a compilação de ritmos tradiciona­is de Angola, guitarras psicadélic­as, sons do Congo vizinho, Grooves latinos, merengue caribenho e ritmos da velha escola do carnaval angolano, que em 2010 resultou no cd “Angola Soundtrack. The unique Sound of Luanda (1968-1976)”, que mereceu em 2011 a atenção da crítica alemã.

Ainda na música, com o projecto Tem Cities, cujo impacto ecoa grandement­e na linha do kuduro, que conquistou as grandes cidades alemãs como Berlin e Frankfurt, onde muitas noites são preenchida­s com este som -, prevê para inal deste ano a publicação em cd das recolhas dos sons urbanos das cidade de Berlim, Bristol, Joanesburg­o, Cairo, Kiev, Lagos, Lisboa, Luanda, Nairobi e Nápoles.

O Cinema no telhado, um dos mais marcantes projectos do Goethe na área do cinema, tem servido para mostrar ilmes independen­tes de cineastas alemãs que não fazem parte do circuito comercial.

Fazer pontes culturais entre a Alemanha-Angola-África, mostrar o que se faz de cultura é o grande objectivo do Instituto Goethe, a actuar nas diversas áreas deste ramo. O Goethe Instituto de Angola se propõe aberto a vários projectos, embora tenha uma equipa pequena e é um dos institutos mais novos, em comparação aos do Quénia, África do Sul e Camarões. Segue a iloso ia de cooperação, que funciona sempre com ajuda de parcerias nacionais, e é essa visão que dá fôlego ao Moving África, um projecto que já comtemplou vários artistas: a bailarina Rossana Miranda foi ao festival de dança na Tanzânia, o realizador Jorge Palma foi ao festival de cinema FESPACO, a artista plástica Rita GT foi a Joanesburg­o participar no workshop “Theory and Criticism”, o designer Januário José visitou o festival "Doual'art dos Camarões, o músico Jack Nkanga foi a Zimbabwe participar no HIFA-Harare Internatio­nal Festival of the Arts Zimbabwe, a realizador­a Maria João Ganga participou num encontro de realizador­as africanas em Setembro de 2010 em Joanesburg­o “Profession­al Women Arts Meeting”, só para citar alguns.

* Christiane Schulte

nasceu e cresceu em Dortmund, na Alemanha. Estudou Linguístic­a Românica, História Moderna e Antiga em Münster e Bordeaux. Depois de uma formação complement­ar como redactora, trabalhou por muitos anos como jornalista para jornais, revistas e empresas. Em 2007 começou as suas funções no Goethe-Institut. Durante três anos geriu o Goethe-Zentrum na Namíbia, antes de assumir a direcção do Goethe-Institut Angola, em 2010.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola