Jornal Cultura

O ócio criativo versus copiar e colar

- Valdeck Almeida de Jesus

de ou devido à preguiça mental, a nossa geração está se estagnando, perdendo neurónios ou icando burra.

Parte desse processo de emburrecim­ento se deve à educação que privilegia a formação de mão-de-obra farta e barata, em detrimento da criativida­de e da valorizaçã­o do ser humano. Não se leva em conta as potenciali­dades individuai­s e, por isso, todos são obrigados a adquirir e memorizar milhões de informaçõe­s. Excesso de informação pode stressar e embotar o cérebro, nos transforma­r numa máquina repetidora, reprodutor­a de conhecimen­tos. E reproduzir, qualquer macaco faz, até os que nunca tiveram contacto com o que se chama cultura. Criar é outra coisa, mesmo que a criação seja baseada no que já existe, tanto para aperfeiçoa­r quanto para dar novas inalidades, reciclar ou o que seja. E criativida­de pode surgir, também, no meio do caos. Mas o exemplo dos grandes ilósofos e inventores demonstra que a calma, a paciência, a re lexão, o tempo para pensar e para se divertir tiveram alta relevância no processo criativo deles. As grandes invenções foram feitas em uma época em que o limite do corpo humano ainda era respeitado. O corpo e a mente precisam de tempo para descanso, pois somos uma máquina perfeita, mas somos biológicos, de carne e osso, com limites ísicos, mentais e psicológic­os.

Esses limites nem sempre são respeitado­s no processo mecanizado em que o mundo moderno se encontra. Tudo é cronometra­do e medido em cifras: tempo é dinheiro. Descansar e parar para re lectir não pode; reservar um tempo para pensar é proibido, pois pode signi icar menos lucro. Até o horário do almoço é determinad­o pelo relógio inanceiro. Todos devem sentir fome no horário “comercial”, das 12 às 14 horas. Como não se tem tempo para re lexão, descanso e lazer, o processo criativo pode sofrer perdas. Então, vamos copiar e colar que dá menos trabalho, não cansa o cérebro, não stressa ninguém. Resultado: o mundo experiment­a uma enxurrada de criação que vira lixo em poucos minutos. Para consumir esse monte de coisas é necessário trabalhar cada vez mais, ganhando cada vez menos, gerando disputa desenfread­a por bens materiais e violência. Para se livrar de tanto lixo não basta sentar no vaso sanitário e puxar a cordinha, temos que parar para pensar... __________________________________ Valdeck Almeida de Jesus nasceu em Jequié-BA, em 15 de Março de 1966, fez o primário e curso médio em Jequié. Embaixador Universal da Paz, Membro da Academia de Letras do Brasil, Academia de Letras de Jequié, da Academia de Cultura da Baía, da Academia de Letras de Teó ilo Otoni, dos Poetas del Mundo, do Fala Escritor e da União Brasileira de Escritores. Ingressou na Faculdade de Letras da UESB e concluiu um semestre. Ingressou na Faculdade São Salvador e concluiu três semestres de Turismo. Cursou inglês e espanhol no FISK, por três anos e meio. Está cursando Jornalismo na Faculdade Social da Baía. Lançou os seguintes livros: “Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from the Closet”, Editora iUniverse, New York, USA, 2004; “Feitiço Contra o Feiticeiro”, Editora Scortecci, São Paulo, 2005; 20% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, Editora Scortecci, São Paulo, 2005; 1ª edição – 100% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; “Jamais Esquecerei do Brother Jean Wyllys”, Casa do Novo Autor Editora, São Paulo, 2006; “1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus”, publicada pela Casa do Novo Autor Editora, São Paulo, 2006; “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, Giz Editorial, São Paulo, 2007 – 2ª edição; 20% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; Participa de mais de vinte antologias de poesias.

Site pessoal: www.galinhapul­ando.com

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Charles Chaplin
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