Jornal Cultura

Sete bons policiais suecos ao lado de Jaime Bunda (e dos clássicos)

- JOSÉ LUÍS MENDONÇA

AEmbaixada da Suécia, em cooperação com a Associação Chá de Caxinde, apresentou no Espaço Verde Caxinde, no passado dia 9 de Dezembro, uma noite literária dedicada ao romance policial sueco que juntou à mesa Gunilla Winberg, tradutora de literatura angolana para a língua sueca, e os escritores angolanos Pepetela, criador do agente secreto Jaime Bunda, e José Luís Mendonça, no papel de moderador.

A exemplo do que já havia feito no dia 4, na embaixada sueca em Luanda e dia 8, na escola de formação de professore­s da ADPP nos Ramiros, Gunilla Winberg fez uma apresentaç­ão da literatura policial do seu pais, centrando-se nas obras mais salientes de sete escritores: A TRILOGIA DO MILLENNIUM (Os Homens que Odeiam as Mulheres, A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo e A Rainha no Palácio das Correntes de Ar), de Stieg Larsson; O ASSASSINO SEM ROSTO, A MURALHA INVISÍVEL e UM PASSO ATRÁS, de Henning Mankell; EASY MONEY, de Jens Lapidus; AURORA BOREAL, de Asa Larsson e o LOBO VERMELHO, de Liza Marklund.

Sete bons policiais suecos que marcaram indelevelm­ente a literatura daquele pais nórdico e do Mundo. Gunilla fez um resumo do conteúdo das obras e depois passou a inventaria­r as imagens que do seu país estes livros apresentam. No inal, o moderador acendeu a chama para re lexões em torno destas imagens e da literatura de polícias e ladrões em geral.

Na mesa do Espaço Verde Caxinde, o escritor Pepetela introduziu os presentes ao acto na sua experiênci­a da leitura do policial sueco e escandinav­o. “No romance policial sueco, o herói é extremamen­te humano, não é um deus”, a iançou Pepetela. Há sempre um detective com problemas com o álcool e no relacionam­ento sentimenta­l, devido às famílias extremamen­te instáveis na Suécia. “No romance americano, ninguém sabe quem é a namorada do detective”, explicou o escritor. “Outro aspecto do romance policial nórdico é o factor TEMPO. O tempo que passa e o tempo clima. São talvez esses os personagen­s principais dos livros que li. O ritmo é diferente, é tudo muito lento. Uma pessoa ica com as mãos geladas à espera que venha o Verão”, disse o escritor, destacando na obra-prima de Stieg Larsson (da qual se izeram três ilmes) , a heroína Lisbet Salander, com o seu aspecto gótico, como sendo uma grande criação do imaginário do autor sueco. No romance sueco, praticamen­te o autor sabe o im da trama. Parte do im e arranja um enredo. “No Jaime Bunda, não. Ainda hei-de escrever um livro em que há investigaç­ão sem crime. O Jaime Bunda vai descobrir NADA sobre o crime. Vai é tropeçar noutro crime.”

CLÁSSICOS NOS RAMIROS

A sessão dos Ramiros, com os alunos- professore­s da ADPP foi particular­mente útil, porque, como em todas as outras, procedeu-se a uma rifa de algumas obras daquelas autores, traduzidas para português. Porém, o escritor José Luís Mendonça aproveitou a ocasião para abrir uma biblioteca manual escolar com os alunos da ADPP, oferecendo O Segredo da Morta, de António de Assis Júnior e Mayombe, de Pepetela, da colecção ONZE CLÁSSICOS.

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Pepetela e Gunilla Winberg

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