Crónica O PASTELEIRO DO JEEP PRETO
Até há pouco menos de 15 anos, ainda se via nas principais cidades do litoral de Benguela o saudável "assalto" à meia noite com o “Mbeta-mbeta”, cantares a batucadas improvisadas, jornada que se prolongava até ao inal do dia. O Natal, ainda mais o Ano Novo, faziam renascer o reencontro, a rea irmação da socialização e indirectamente a capacitação para a vida do ponto de vista antropológico, havendo a realçar a casa como ponto de partida da partilha.
"Twapandula ciwa/ weh/ etali ulima wapwa" (Estamos bem agradecidos/ eh/ hoje termina o ano) - trecho de gratidão no contexto de "se-se", um ritual popular Umbundu (com escalões de crianças, de homens e de mulheres), que consiste em andar de porta à porta cantando e dançando em celebração da passagem de ano. O an itrião corresponde regalando bens alimentares, os quais serão consumidos em piquenique no dia seguinte.
Quando o coro é respondido com avareza, a sanção é por via do canto também:
"Ove ku kwete cimwe/ weh/ nye watungila onjo?" (Se dizes nada ter, por que é que construíste a casa?) "Ha njala ko/ tucipangela onatale/ ha njala ko/ tucipangela ombowanu” (não é questão de fome/ cumprimos apenas a praxe de natal/ não é questão de fome/ cumprimos apenas a praxe de bom ano).
Boas entradas e que 2015 seja então um ano de hospitalidade.