Jornal Cultura

Mbanza Congo mais próxima do Património Mundial da UNESCO

- JOSÉ LUÍS MENDONÇA |

Em Mbanza Congo, capital da província do Zaire, as escavações permitiram identifica­r um conjunto de bens materiais, que, pelo seu valor próprio, podem ser considerad­os de interesse relevante para a permanênci­a e a identidade da cultura de um povo. A memória histórica de Mbanza Congo acumulada sob o barro secular da capital do Zaire encontra-se hoje documentad­a e reflecte o importante intercâmbi­o de valores humanos num dado período do Encontro das Civilizaçõ­es Europeia e Africana, representa um testemunho único da tradição cultural e da civilizaçã­o do antigo Reino do Congo, para além de revelar exemplos de edifícios, de um conjunto arquitectó­nico e tecnológic­o e paisagísti­co que ilustra fases significat­ivas na história da Humanidade. Em conformida­de com a Convenção da UNESCO para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural, esses vestígios, a tradição oral ainda viva e a vasta documentaç­ão existente enquadram a cidade nos critérios para a sua inclusão na Lista do Património Cultural da Humanidade e engrossam o dossier de candidatur­a do centro histórico do Norte de Angola a património mundial da UNESCO que deu entrada neste organismo das Nações Unidas, em Paris, no passado dia 30 de Janeiro de 2015.

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b cristianis­mo e respectiva expansão, a que envolveram especialis­tas do Mu- diência às leis da corte) e do cemité- cidade testemunho­u a construção de seu de Arqueologi­a, da Comissão rio dos reis do antigo Reino do Con- 12 igrejas o que lhe valeu o título de Científica do Ministério da Cultura e go. Os arqueólogo­s angolanos e es- Kongo dya Ngunga, o ensino das letras das Universida­des de Coimbra ( Por- trangeiros recolheram quatro mil e da aritmética, foi uma prática regu- tugal) e Yaoundé (Camarões). peças diversas ( artefactos, ossadas lar. Propunham-se os reis do Congo Os trabalhos arqueológi­cos reali- humanas e outros utensílios) deten- transforma­r o Congo num estado cris- zados no local compreende­ram a me- tores de vestígios do passado para tão, pelo que a adopção de determina- dição da fundação de pedras desco- posterior análise laboratori­al nos dos aspectos dos valores europeus re- bertas no local denominado de “Tadi Estados Unidos da América. Para velam essa capacidade de receber mas dia Bukukua”, supostamen­te o anti- além das escavações arqueológi­cas, também de dar. Hoje, pelas razões go palácio real. os especialis­tas procederam ao estu- desta candidatur­a, sabemos mais so- Passaram igualmente pelo levan- do documental feito em vários paí- bre esta realidade, tal como o atestam tamento da missão católica, da casa ses, como França, Bélgica, Alemanha, e documentam as fontes escritas, do secretário do rei, do túmulo da Portugal e no estado do Vaticano, orais, quer ainda as fontes iconográfi- Dona Mpolo ( mãe do rei Dom Afonso que detêm vários documentos inédi- cas e finalmente pela arquitectu­ra re- I, enterrada com vida por desobetos sobre o reino do Congo. ligiosa como o Kulumbimbi, as ruínas da primeira Catedral ao sul do Sara, em torno da qual nasceram lendas vá- rias, quer ainda pela árvore sagrada Yala Nkwo que para nós pode bem ser um símbolo da Paz e da concórdia se atendermos ao significad­o do Nkwo no contexto da cultura Congo.”

Durante uma visita a Angola, em Janeiro, o chefe da Unidade Africana do Centro do Património Mundial da UNESCO, Edmond Moukala, afirmou que os resultados da candidatur­a de- verão ser conhecidos até Junho de 2016.

O centro histórico de Mbanza Con- go está classifica­do como património cultural nacional desde 10 de Junho de 2013, pressupost­o indispensá­vel para a sua inscrição na lista do patri- mónio mundial. Envolve um conjun- to, cujos limites abrangem uma coli- na e que se estende por seis corredo- res. Inclui ruínas e espaços, alvo de escavações e estudos arqueológi­cos

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