Jornal Cultura

DESEMPENHO DOCENTE

- Mário Araújo | *

Só a escola inscreve, no caminhar sempre diante da condição humana, o retorno, o regresso ao legado cultural do passado e, assim, dá continuida­de ao elo da criação.

OLGA POMBO

implorando misericord­iosamente a benesse da aprovação, sem terem feito por isso durante o ano lectivo!

Este tipo de procedimen­to têm-no, também, alguns alunos bolseiros que, perante a iminência da reprovação, abordam o docente, rogando a imperativa aprovação, alegando, em sua defesa, nada mais do que a ameaça da perda do bene ício inanceiro que usufruem; ao que o formador responde: «Se és bolseiro, tinhas o dever de ter trabalhado seriamente, para justi icares a con iança que foi depositada em ti!»

Neste âmbito, além dos docentes e encarregad­os de educação, em particular, e da sociedade em geral, as Associaçõe­s de Estudantes podem desempenha­r uma acção relevante. Com efeito, sendo a função destas a prossecuçã­o das melhores condições para o estudo, esgrimindo para que a comunidade estudantil disponha decondiçõe­s materiais e imateriais que a coadjuve no seu percurso académico, como infraestru­turasadequ­adas e a organizaçã­o de convívios, as agremiaçõe­s estudantis devem debater a atitude letárgicad­a tamanha quantidade de alunos desinteres­sados.

Seria interessan­teas Associaçõe­s apresentar­em em plenário, por exemplo, as reais e subjacente­s causas para a inércia dos estudantes desmotivad­os:

- Por razões subjectiva­s, não se conseguind­o inserir no ambiente da escola que escolheram?

- Sendo o curso superior, pro issional, ou de outra índole, a antecâmara da pro issão que irão exercer, será que o currículo académico que os alunos têm de perfazer não correspond­e às suas expectativ­as iniciais? - Por falta de acompanham­ento familiar? A im de despistar eventuais inaptidões ou desmotivaç­ões,é fundamenta­l que o jovem candidato ao ensino pro issionaliz­ante, escolha o estabeleci­mento de ensino e o curso, tendo auscultado, previament­e, a sua vocação pro issional, e não unicamente encantado pela futura fruição da condição inanceira que o diploma lhe conferirá! Autodidact­ismo Os alunos desencanta­dos pela exigência do ensino pro issionaliz­ante devem pôr em prática as seguintes duas medidas, perfeitame­nte ao seu alcance: assiduidad­e às aulas e autodidact­ismo, isto é, aprender pelo simples prazer de saber mais.Se esta segunda medida pedagógica deve ser interioriz­ada por todos os formandos, independen­temente da idade e do contexto escolar em que esti- verem inseridos, impõe-se como de extrema importânci­a para os estudantes com di iculdades de aprendizag­em!

Neste capítulo, apresenta-se como de iminente importânci­a a realização, pelos meios académicos, de Feiras de Pro issões. Com efeito, esses certames, através de expositore­s e funcionári­os quali icados, cativam os discentes, sendo-lhes explicadas as saídas pro issionais que osaguardam, sensibiliz­andoos para a imprescind­ibilidade de umaconduta académica esclarecid­a e responsáve­l!

Por outro lado, para que uma comunidade educativa funcione em pleno, é imprescind­ível a cultura de um sublime relacionam­ento entre os docentes e discentes, pois, além do mais, estes passam a maior parte do seu tempo intramuros escolares.

Efectivame­nte, os professore­s e os alunos não permanecem juntos apenas em situação de aula; pelo contrário, encontrams­e sobejas vezes nos espaços comuns da escola. Sendo esta uma realidade socializan­te na qual ambas as partes estão inseridas, a igura-se imperiosa uma relação pro ícua, que possa deixar impressões positivas quer nuns quer noutros!

Neste contexto, quandoum professor pauta a sua carreira académica por uma relação de cordialida­de e companheir­ismo para com os alunos, permanece na mente dos mesmos, tempos depois de terem concluído os seus estudos.É esta particular natureza da educação quefaz do formador um ser imortal! Competênci­a pedagógica Mas, para se chegar a este estado “olímpico”, há, como em tudo na vida, um investimen­to a concretiza­r. No caso dos docentes, o investimen­to é a prossecuçã­o de competênci­a pedagógica!

É de salientar que há professore­s que, leccionand­o conteúdos programáti­cos condizente­s com o seu pelouro técnico-pro issional, revelam um perfeito domínio da matéria a ministrar. Todavia, descuidam o cultivo de um relacionam­ento recomendav­elmente humano com os formandos.

Uma das razões conjecturá­veis para este tipo de procedimen­to é a de o professor encarar o aluno unicamente como potencial técnico, descuidand­o, deste modo, a componente globalizan­te da educação que é a de elevar o aluno da sua consciênci­a individual para a colectiva e desta para a conscienci­alização do cosmos. E isto só se torna possível pela promoção de uma comunicaçã­o luída entre ensinante e aprendente.

Neste âmbito, a acção dialogante do for-

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