Poemas de Mauro de Brito (Moçambique)
Sobre a Janela
os meus desesperos são uma janela dão Para lugar algum onde haja um lago Ou um horizonte Com idade sem medida Onde montar uma emboscada Da janela os sentimentos De inham sem homofobia Obscuros e levianos num sopro Com a volatilidade dos que não pensam Essa mania de con iar o destino a uma folha de papel, como trocos ou noticiário das 20 Numa caixa de pandora a dar para o rio da minha miséria triste esse rio solitário de turvas águas a eleição de personagem a vestir
de uma nota Te maior Os rios são sempre ios solitários De notas musicais Ou um vinco que os liga ao chão das coisas Manejado nas nossas mãos Que se expandem ante a corrente Perdendo a genética Em lugar algum Exalam com algum teor O sal ausente No leito das nossas palavras