DAMA DA VIA

ERA UMA DAMA DA VIA DONA EXCLUSIVA DA ESQUINA QUE À NOITE SUSTENTAVA O CANDENGUE QUE DORMIA TISSAGENS SOLTAS AO VENTO OLHOS QUE MUDAM COM O TEMPO CURTAS SAIAS, NOVOS BRILHOS CALOR, CACIMBO, AO RELENTO NA ESPERANÇA DE UMA ESTEIRA ONDE DEIXAVA O SUOR PROTEGIDA PELA LUA SEM DAR NEM RECEBER AMOR SÓ BELEZA PURA TINHA ESPERAS LONGAS COMO OS SALTOS TÃO ALTOS COMO A VONTADE DE DALI SAIR UM DIA O NDENGUE CHORAVA CHORAVA, SOFRIA O NDENGUE ESPERAVA PELO NOVO DIA CONVIDADA P’RA DANÇAR NUM SALÃO DA ALTA RODA CRESCEU SONHO E ILUSÃO DA MAIS BELA DO SALÃO ENTREGOU O CORPO E A MENTE SENTIU OUTRO SENTIMENTO NO ENCANTO E TOM GALANTE DO SEU NOVO PACIENTE RECEBEU JURAS DE AMOR ACEITOU SAIR DA VALA QUE TROCOU POR JÓIAS, SALAS ASFALTO E ILUMINAÇÃO REVISTAS, TELEVISÃO DE OUTROS MUNDOS D’ILUSÃO E O N’DENGUE BRINCAVA BRINCAVA, SORRIA O N’DENGUE CANTAVA PELO NOVO DIA FALSO AMOR, DESILUSÃO NOVA DOR, BURACO NO CORAÇÃO PORQUE O AMOR QUE ELA ESPERAVA LONGE ANDAVA, NÃO CHEGAVA DEU UM SALTO BEM MAIS ALTO DO QUE O SALTO QUE ELA TINHA PREFERIU VOLTAR P’RA RUA ONDE TINHA OS PÉS NO CHÃO NOVAMENTE AQUELA ESQUINA QUE ELA TÃO BEM CONHECIA PARA NÃO VIVER COM O AMOR QUE AFINAL NÃO EXISTIA DAMA DA VIA DONA EXCLUSIVA DA ESQUINA DONA DA VIA DAMA EXCLUSIVA DA ESQUINA EM CASA O NDENGUE ESPERAVA O AMANHECER ESPREITAR PELAS FRESTAS DA KUBATA E OUVIR O GALO CANTAR SENTIA QUE A MAMÃ VINHA COM OS RESTOS DE CALOR DE UM COLO JÁ SEM ARDOR DO ÚNICO AMOR QUE TINHA O NDENGUE CHORAVA CHORAVA, SOFRIA O NDENGUE ESPERAVA PELO NOVO DIA