Jornal Cultura

“A HISTÓRIA CONTEMPOR­NEA DE ÁFRICA É O PAN-AFRICANISM­O”

-

palha a notícia da vitória da Etiópia sobre a Itália, em Adwa, em 1896.

Etiópia, Haiti, Libéria... Cria-se um espaço, e, em 1900, em Londres, na presença de militantes negros mas também de simpatizan­tes brancos, a conferênci­a pan- africana sublinha, pela fórmula muito subtil de DuBois, que o grande problema do séc. XX não será a cor da pele, mas a "linha de cor". O que nos é possível e que devemos fazer consoante se esteja de um ou do outro lado dessa linha? É esta re lexão que mobilizou os militantes pan- africanist­as em torno de iguras como Marcus Garvey e Tovalou Houenou ou, mais tarde, Amílcar Cabral e Steve Biko.

Em Angola, na África Austral, na Argélia, de facto, por toda a África onde a independên­cia resultou de uma luta armada, a questão da linha de cor foi abolida pela luta. Grupos mestiços e muitos Brancos a título individual, realizaram por vezes esforços mais consequent­es a favor da libertação e da uni icação do continente que alguns grupos negros cooptados pelas forças colonialis­tas ou neocolonia­listas. Na medida em que a divisão do mundo em continente­s é por si mesma muito problemáti­ca e discutível, é, portanto, a consciênci­a histórica que determina a relação com o espaço, que permanece o portador até hoje dessa "linha de cor".

Contrariam­ente a muitas ideias feitas, explica que o pan-africanism­o nasceu no Haiti, ou seja?

Na realidade, o pan-africanism­o nasceu nas Américas, mas o seu conceito político, quer dizer, a unidade dos povos africanos num conjunto federal, existe desde há muito mais tempo em África, através, por exemplo, dos reinos e impérios saelo-sudaneses. O Gana, o Mali, o Songhay, tinham estruturas políticas e sociais pan-africanas, que agrupavam um mosaico de povos em alianças so isticadas.

Entretanto, Santo Domingo era, em 1791, a colónia mais rica

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola