Jornal Cultura

A DIÁSPORA ARTÍSTICA E A RECONSTRUÇ­ÃO NACIONAL

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Apalavra diáspora tem sua origem no termo grego “diaspeiró”, que quer dizer “dispersão”. Inicialmen­te designava apenas a dispersão de povos por diferentes território­s estrangeir­os, por motivos étnicos e religiosos, de que o povo hebreu é o exemplo mais conhecido. Mais tarde passou a referirse a toda as deslocaçõe­s forçadas ou voluntária de indivíduos para território­s estrangeir­os, onde perseguind­o os mais diversos interesses ixam residência por tempo indetermin­ado.

Estamos no ano do 40º aniversári­o da nossa independên­cia nacional. Todos juntos izemos um longo e sinuoso percurso através da história. Um percurso vitorioso de que todos nos orgulhamos. Fundamos o Estado e diariament­e trabalhamo­s para a consolidaç­ão das suas instituiçõ­es e uni icação da nação. O presente texto é um conviteà re lexão em trono do papel que a diáspora artística angolana pode desempenha­r nesta fase crucial de reconstruç­ão nacional.

O Plano Nacional de Formação de Quadros (PNFQ) para 2013 -2020, apresenta um diagnóstic­o sóbrio da oferta no domínio das artes, design e moda. De acordo com este documento, estas áreas não possuem nenhuma oferta em todo o país. Como resposta a este quadro, estão previstas a abertura de cursos no domínio das artes grá icas, plásticas e visuais e manutenção de pianos. É aqui que nossa diáspora artística poderá desempenha­r um duplo papel: o de aumentar o stock de quadros nacionais e o de contribuir com know especializ­ado no domínio da gestão e ensino nas escolas superiores de belas artes, a prática de curadoria artística, museologia, gestão do património artístico e cultura e outros cuja de iciência é actualment­e gritante. Tendo em conta o passado recente do nosso país e as privilegia­das relações cooperação que mantemos com outros Estados, nas últimas duas décadas assistimos a formação de um grande diáspora angolana, sobretudo nos países da europa, norte de africa e américa. Sobre esta diáspora, particular­mente a artística, pouco sabemos. Os poucos elementos que deles possuímos são mais de natureza estatístic­a e sociográ ica. Torna-se, por isso, urgente desenvolve­rmos acções que nos permitam conhecer a situação das nossas comunidade­s artísticas que há anos se formaram em cidades como Paris, Lisboa, Huston, Miami, Rio de Janeiro, São Paulo, Luxemburgo, Amesterdão ou Joanesburg­o, para citar apenas estas. Mas do que número, talvez tenha já chegado o momento de olharmos para a sua condição sociopro issional, suas competênci­as técnicas e expectativ­as sobre o país. Só desta forma podemos, em conjunto, encontrar formas de enquadrá-los na actual estratégia e plano de desenvolvi­mento em curso no país. A inal todos contamos para Angola e Angola conta com todos nós!

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