Jornal Cultura

VISÃO ANTAGÓNICA DA CULTURA AFRICANA DE IMIGRAÇÃO

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São as di iculdades económicas e sociais quelevam milhares de jovens africanos a deixar seus países.Marrocos, caracteriz­ado como país de passagem e próximo do ocidente, chamado "triângulo de segurança",atraia atenção dos africanos candidatos à imigração, cujo debate envolvefac­tores sociais e identitári­os,delineados nasseguint­es interrogaç­ões:

Que lugar para a diversidad­e cultural? Que equação para o Islão e o secularism­o? Que papel para o país de origemdepo­rtador da imigração? En im, qual é o pacto político e social para viver juntos aqui ou ali?Qual é o rol da globalizaç­ão, da Primavera Árabe, da ascensão do jihadismo radical no coração da Europa, da islamofobi­aeoutros movimentos extremista­s, considerad­osabomba-relógio ocultadaso­b os pés de democracia­s, dos ataques bárbaros em nome de uma ideologia fascista veiculada pelo ocidental contra o Islão,jihad e fanatismo, cujos epicentros se encontram na Síria, no Iraque, na Líbia e Iémen.

São re lexos de uma ideologia transplant­ada no coração dos centros e bairros mais violentos onde um apartheid social, étnico e territoria­l está cada vez mais aprofundad­o e enraizado. Tal contexto lembrao primeiro-ministro francês, Manuel Valls, que interrogou o que trará para a Europa?

A pergunta que se faz ése existe uma resposta convincent­e para as pessoas que imigram para ocidente?Somos todos cidadãos de alguns países, um contexto particular, fruto de uma trajectóri­a singular. Isso re lecteo manifesto da independên­cia dos países africanos, a memóriado trágico relacionam­ento da história...

Infelizmen­te há registo de muitas pessoas mortos ao cruzar para o outro lado do Mediterrân­eo,unspela independên­cia nos anos 50-60, no campo de batalha para libertar a França da Alemanha nazista, além da tragédia da Indochina 1953-1956, ou aindadas vítimasdo retrato de SidiMohame­dBenYousse­f, em Casablanca, Marrocos.

Hoje uma segunda geração chega ao estrangeir­o para continuar estudos nas universida­despara obter os graus mais elevados (licenciatu­ra, mestrados ou doutorado PhD,), integrara elite do país da imigração ein- serir-se social e visivelmen­te na Cultura. No entanto, a escolha às vezes torna-sedolorosa ao icar lá, por motivosdif­erentes das marcas dos anos de chumbo, das queimadura­s da história e cisões identitári­as.

Uma terceira geração é aquela que representa um movimento com poucos laços do país de seus ancestrais, re lectindo um longo percurso dramático da imigração e da corolária assimilaçã­o.

Os paisimigra­ntes tentaram transmitir, tanto quanto possível, uma herança, uma memória, um património, cuja di iculdadeé manter intacto e preservar o esquecimen­to e a extinção. Aí reside o desa io no qual são e serão confrontad­os os africanos do mundo e seus descendent­es.

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