CUNENE Historiador apela académicos a investigarem a história dos reis
O historiador e professor da escola superior de Ondjiva, Celestino Vicente chamou a atenção dos académicos e estudantes universitários para a necessidade de apostarem seriamente no processo de investigação cientí ica que conduza à descoberta de novos elementos sobre feitos históricos dos soberanos angolanos na luta contra a ocupação colonial.
Celestino Vicente que também é director provincial da Cultura do Cunene, falando à margem das actividades que marcaram o centenário da batalha da Mongua, disse que a investigação científica é uma necessidade que se impõe para que não haja dúvidas sobre o papel do rei Mandume ya Ndemufayo na luta de resistência contra a tropa de ocupação portuguesa.
Daí que propôs a participação dos estudantes do ensino superior e de todos os académicos no trabalho permanente de busca e investigação para a obtenção de novos elementos como uma mais-valia.
Disse na ocasião que falar dos 100 anos da batalha da Môngua é uma obrigação de fazer recuar a história e curvar- nos perante a memória de todos quantos perderam as suas vidas por causa da liberdade e dignidade humana. Sublinhou que falar daquela batalha é falar da his- tória de Angola, não sendo por isso uma coisa fácil pelo que urge a necessidade da promoção e incentivo sobre a investigação no que respeita a real história do país.
Fez notar que, a realização da cerimónia que visou comemorar o centenário da batalha da Môngua foi uma oportunidade ímpar já que os mais jovens terão saído mais inspirados sobre os ideais e conhecerem melhor aquele que foi a grande figura que liderou a resistência dos Cuanhamas contra os portugueses: Mandume ya Ndemufayo.
O responsável considerou que apesar dos feitos conseguidos durante as várias batalhas travadas pelo soberano, a sua história por enquanto tem registado pouca divulgação pelo que o Ministério de tutela e a Direcção provincial local tudo têm feito no sentido de se dar maior primazia às acções que conduzam cada vez mais ao conhecimento da sociedade e da juventude em particular sobre a realidade histórica de Mandume.
Relativamente ao patriotismo, o académico disse que o estudo da História de Angola é fundamental já que não é possível tornar-se patriota sem conhecer o valor que representa a Nação que, como é lógico, está acima de todos os interesses.
Por seu turno, a soberana dos Cuanhamas na vizinha República da Namíbia, Marta Mwadinomo, que também falava à margem do evento, considerou Mandume uma das iguras que marcou a história de Angola e dos Cuanhamas em particular.
Pelo que é cada vez mais urgente a divulgação dos seus feitos nos meios de comunicação social para seja um exemplo a seguir por parte da juventude quer em Angola como na Namíbia para a preservação da dignidade humana e dos valores culturais dos povos africanos.
A rainha prometeu desenvolver acções que visem intensi icar o intercâmbio no domínio da cultura, tendo em atenção a necessidade da preservação de elementos culturais comuns entre as duas comunidades que no passado tiveram único reinado, ressaltou. O governador de Ohangwe, a Norte daquele país, disse que, ape- sar da supremacia militar que a tropa colonial possuía na altura foram incapazes em pouco tempo como previam de derrotar o rei Mandume o que demonstrou que os Cuanhamas estavam determinados a defender as suas terras até às últimas consequências.
O governante aproveitou para reiterar a disposição do governo e povo namibiano em continuarem a estreitar as relações de amizade e cooperação entre os dois países irmãos com vista a desenvolver as respectivas economias.