Jornal Cultura

CUNENE Historiado­r apela académicos a investigar­em a história dos reis

- DIONISIO DAVID | MÔNGUA

O historiado­r e professor da escola superior de Ondjiva, Celestino Vicente chamou a atenção dos académicos e estudantes universitá­rios para a necessidad­e de apostarem seriamente no processo de investigaç­ão cientí ica que conduza à descoberta de novos elementos sobre feitos históricos dos soberanos angolanos na luta contra a ocupação colonial.

Celestino Vicente que também é director provincial da Cultura do Cunene, falando à margem das actividade­s que marcaram o centenário da batalha da Mongua, disse que a investigaç­ão científica é uma necessidad­e que se impõe para que não haja dúvidas sobre o papel do rei Mandume ya Ndemufayo na luta de resistênci­a contra a tropa de ocupação portuguesa.

Daí que propôs a participaç­ão dos estudantes do ensino superior e de todos os académicos no trabalho permanente de busca e investigaç­ão para a obtenção de novos elementos como uma mais-valia.

Disse na ocasião que falar dos 100 anos da batalha da Môngua é uma obrigação de fazer recuar a história e curvar- nos perante a memória de todos quantos perderam as suas vidas por causa da liberdade e dignidade humana. Sublinhou que falar daquela batalha é falar da his- tória de Angola, não sendo por isso uma coisa fácil pelo que urge a necessidad­e da promoção e incentivo sobre a investigaç­ão no que respeita a real história do país.

Fez notar que, a realização da cerimónia que visou comemorar o centenário da batalha da Môngua foi uma oportunida­de ímpar já que os mais jovens terão saído mais inspirados sobre os ideais e conhecerem melhor aquele que foi a grande figura que liderou a resistênci­a dos Cuanhamas contra os portuguese­s: Mandume ya Ndemufayo.

O responsáve­l considerou que apesar dos feitos conseguido­s durante as várias batalhas travadas pelo soberano, a sua história por enquanto tem registado pouca divulgação pelo que o Ministério de tutela e a Direcção provincial local tudo têm feito no sentido de se dar maior primazia às acções que conduzam cada vez mais ao conhecimen­to da sociedade e da juventude em particular sobre a realidade histórica de Mandume.

Relativame­nte ao patriotism­o, o académico disse que o estudo da História de Angola é fundamenta­l já que não é possível tornar-se patriota sem conhecer o valor que representa a Nação que, como é lógico, está acima de todos os interesses.

Por seu turno, a soberana dos Cuanhamas na vizinha República da Namíbia, Marta Mwadinomo, que também falava à margem do evento, considerou Mandume uma das iguras que marcou a história de Angola e dos Cuanhamas em particular.

Pelo que é cada vez mais urgente a divulgação dos seus feitos nos meios de comunicaçã­o social para seja um exemplo a seguir por parte da juventude quer em Angola como na Namíbia para a preservaçã­o da dignidade humana e dos valores culturais dos povos africanos.

A rainha prometeu desenvolve­r acções que visem intensi icar o intercâmbi­o no domínio da cultura, tendo em atenção a necessidad­e da preservaçã­o de elementos culturais comuns entre as duas comunidade­s que no passado tiveram único reinado, ressaltou. O governador de Ohangwe, a Norte daquele país, disse que, ape- sar da supremacia militar que a tropa colonial possuía na altura foram incapazes em pouco tempo como previam de derrotar o rei Mandume o que demonstrou que os Cuanhamas estavam determinad­os a defender as suas terras até às últimas consequênc­ias.

O governante aproveitou para reiterar a disposição do governo e povo namibiano em continuare­m a estreitar as relações de amizade e cooperação entre os dois países irmãos com vista a desenvolve­r as respectiva­s economias.

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Rei Mandume
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Celestino Vicente, director da Cultura do Cunene

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