BERLIM PENSAR O FUTURO ATRAVÉS DA LITERATURA
XV EDIÇÃO DO FESTIVAL DE LITERATURA DE BERLIM
Para além de signi icar celebração, um festival também é ocasião para “entrelaçar famílias e pessoas a im de se conhecerem, e até mesmo para encontrar um companheiro”. De 9 a 19 de Setembro deste ano, cerca de 200 mulheres e homens de Letras de todo o planeta se encontraram em Berlim, a cidade que já foi o símbolo da divisão do Mundo em blocos de in luência, para se conhecerem mutuamente e às respectivas produções escritas. Nesta décima quinta edição, o festival incluiu temas como "Literaturas Mundo", "Re lexões", "Literatura para crianças e jovens" e mais de trinta actividades de carácter especial sobre o futuro do mundo, envolvendo num mesmo espaço escritores, críticos literários, intelectuais, jornalistas e cientistas sociais que pensaram o desenvolvimento das nações e culturas neste turbulento e complexo século XXI.
Neste Festival Internacional de Literatura de Berlim, que já leva 15 anos de existência, e onde a precisão, a pontualidade e eficiência germânicas fazem mover toda uma série de eventos em simultâneo, Angola também marcou presença, sob a égide da União dos Escritores Angolanos. Foi a primeira vez na história do certame que participaram escritores angolanos oriundos da terra natal e, por isso, ainda não traduzidos: Sónia Gomes e José Luís Mendonça. Pela Universidade Agostinho Neto, viajou a professora Amélia Mingas.
Ineke Phaf- Rheimberger e Jan Upleger introduziram José Luís Mendonça a um público curioso que, no dia 12 de Setembro foi à House of the Berliner Festspiele ouvir o escritor falar da sua obra O Reino das Casua- rinas. Ainda no mesmo painel “Literaturas do Mundo”, coube a vez, no dia 16, à escritora do Leste de Angola, Sónia Gomes, de apresentar-se ao público alemão, com moderação de Manuela Sambo e Tatiana Nekrasov. A autora falou do seu romance A Filha do General.
Estas apresentações das obras tiveram como principal objectivo levantar a curiosidade e o interesse dos editores alemães, para uma possível tradução.
Na estreia do festival , a 2 de Setembro, esteve o escritor chinês, Liao Yiwu, autor de "Para uma canção, uma centena de canções" que falou sobre a arte moderna ao lado de seu compatriota Ai Weiwei. A conferência de Liao Yiwu foi um dos vinte eventos que abordaram o futuro da cidade em 2030, questão que "desempenha um papel importante" na Literatura Festival de Berlim este ano de 2015, de acordo com Ulrich Schreiber, director do evento.
A edição deste ano conta ainda com autores de renome como o artista indiano Sunandini Banerjee, o Nobel africano da Literatura, Wole Soyinka, e a artista e escritora bielorrussa Marina Naprushkina.
Congresso de Lusitanistas
Enquanto Sónia Gomes falava naquele mesmo espaço, já José Mendonça e a professora Amélia Mingas iam, pela mão da professora Ineke PhafRheimberger, que tem dedicado uma especial atenção à participação de Angola neste certame, a caminho de Aachen, mais ao Sul da Alemanha, onde decorreu, de 16 e 19 de Setembro, o 11.° Congresso Alemão de Lusitanistas, na Universidade Técnica daquela urbe, que foi a praça forte do imperador Carlos Magno.