ADMIRO SONHA GRAVAR COM HEAVY C
18ª edição do Festival da Canção de Luanda ´Saber Amar´, interpretada por Dino Ferraz, consagrou-se a grande vencedora da gala da 18ª edição do anual Festival da Canção de Luanda, da emissora LAC-Luanda Antena Comercial, realizada na noite do dia 18 de S
Jack Nkanga, membro do júri que envereda pela fusão jazzística empreendida na canção vencedora, acrescentou que a interpretação de Dino foi a mais bem conseguida. “Em termos melódicos, um trabalho praticamente feito pelo Totó, esteve bem. Em termos técnicos e posicionamento vocal, este excelente. Foi um digno vencedor. Quanto aos outros, por vezes não são apenas as falhas, mas o júri deve tomar a di ícil decisão de escolher apenas um dentre os melhores”.
O concurso abriu com a canção ´Amor Virtual´, interpretada e escrita por Aroldo dos Anjos. Um tema romântico com uma letra sem muitas novidades, mas uma postura em palco de boa nota e uma excelente execução do pianista. Foi a canção
merecedora do prémio LAC/Unitel. ´Marina´ foi interpretada e escrita por Cláudia Wime, que não se mostrou muito con iante no início mas que depois soube dar vida e graça à sua voz ao trazer um tema com um quê do sabor da rítmica brasileira. Em ´Partida´, interpretada por Constantino Chitaca e escrita por Paula Cunha, já a intenção rap se fez presente com este tema marcadamente R&B. ´Mana Santa´, escrita por José Diogo e interpretada por Fernanda Diogo, teria outro resultado estético se a marimba acompanhasse aquela doce melodia trazida em kimbundu. Em ´Apenas nós´, letra da dupla Filipe Zau e Mukenga, Gari Sinedima deu vida ao enredo subjectivista. Gigi Sampaio fez a noite saber a semba ao interpretar ´Nga Mute Putu´, letra de Tonito. A ovacionada ´Clarão ao Luar´, interpretada e escrita por Guerra Matias, conquistou pela cadência e felizes mudanças rítmicas. Foi merecedor do prémio de Melhor Voz. ´Voz´, interpretada e escrita por Antonica Caxinda, que se mostrou um tanto tímida, foi a última em concurso. Memória musical dos 40 anos
de independência A coreogra ia da rapsódia da memória musical comemorativa aos 40 anos da independência icou a cargo do Ballet Kilandukilu e vozes de Érica Nelumba, Kyaku Kadaf i, Dina Santos, Djanira Mercedes, Jacinto Tchipa, Kueno Aionda, Livongue, Isaú Fortunato, Calabeto, Gaby Moi, Robertinho e Khris Mc, que puderam interpretar André Mingas, Manuel Rui, Paulo Flores, Eduardo Paim e outros, trazendo nomes e suas épocas, desde o “medo de falar política” com a história tocável da Vovó Xica, de Waldemar Bastos, ao amor por esta Angola independente e de todos nós de Matias Damásio, mas sem deixar de lado nomes como o de Belita Palma, lançando em momentos musicais sementes feministas da luta pela igualdade de género, apelando às mulheres que tiveram papeis de destaque que “era necessário que elas deixassem de ser apenas lavadeiras e empregadas domésticas, mas que aprendessem a ler e a escrever”, um repto que voltou, em tempos mais recentes, a ser reforçado com o ´vale a pena ser mulher´ pela magna voz de Lourdes Van-Dúnem. E como renunciar Angola aos colonos era impossível, a voz irme e traquejo musical de Kyaku Kadaf i ao interpretar o poema de A. Neto deram sentido à tertúlia que mesclava poesia, teatro, dança e música. O duro processo da guerra civil não icou de parte, Jacinto Tchipa reescreveu à sua mãe a ´Cartinha da Saudade´ com a qual chegou aos recônditos lugares dos corações dos angolanos para apelar a paz. Das consequências sociais deste período, Irmãos Almeida empunharam a ´Minha Viola´ e Gaby Moi, num lash sonoro do ambiente do Roque Santeiro, repudiou a ´Vizinha Zongola´. A pomba branca que vaticina o progresso nasceu e com ela a paz, levando a música a mudar de igurino e cantar o ´País Novo´, de Matias Damásio e outros cantores que louvam este clima de paz e segurança que o país vive aos 40 anos de vida.