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ÁFRICA NO BERÇO DA HUMANIDADE NASCEU JESUS

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nham fugido para o Egipto, com a única inalidade de esconder Jesus, de Herodes, que tinha dado ordens para que matassem o menino. Se Jesus fosse branco, loiro e de olhos azuis, teria sido reconhecid­o, teria sido di ícil esconder-se entre os egípcios negros sem ser identi icado. O povo “hebreus’, foi um povo muito parecido com o povo ‘egípcios”, caso contrário teria sido di ícil reconhecer uma família hebraica entre os egípcios Negros. Foi no Egipto que o povo de Israel teve seu auge da negritude, foi quando setenta israelitas entraram no Egipto e lá se instalaram durante 430 anos, trinta anos como hóspedes, e os outros 400 anos cativos, eles e seus descendent­es contraíram matrimónio com não-israelitas, chegando a mais de 600.000 homens, mulheres e crianças. Foi quando deixou o Egipto uma multidão miscigenad­a. Etnicament­e, os antepassad­os de Jesus foram uma combinação de afros com asiáticos.

Em Apocalipse cap. 1: ver. 15, a Bíblia Sagrada é clara quanto à negritude de Jesus, diz que a epiderme de Jesus era semelhante pedra de jaspe e de sardónio. Segundo as escrituras porque Jesus era chamado de “Cordeiro de Deus”? Não seria pelo seu cabelo lanoso (dreads looks)? Que ai é comparado a lã de cordeiro, e os pés com a cor de bronze queimado (ver Apocalipse cap. 1:ver.15), com uma aparência semelhante pedra de jaspe e de sardónio (ver Apocalipse cap. 4: ver. 3), que são geralmente pedras amarronzad­as ou enegrecida­s, como quiser. Como também as cores das pedras de jaspe e sardónio não são únicas e absolutas, são tidas em diversas versões de cores.

Pensemos juntos! Podemos continuar a orar para um suposto Jesus Cristo branco, de cabelos lisos e de olhos azuis que nos foi imposto em exemplos de imagens, desenhos e em registos fotográ icos. Mas como explicar, um Cristo que caminhava descalço pelo deserto de Israel, na pregação do Evangelho, a um sol escaldante, acima dos 40 graus de temperatur­a, por onde viveu isso por 33 anos? Mesmo que quisesse, não seria branco, devido ao castigo imposto pelo sol a sua epiderme/melanina. Que mal nos faria orar a um Jesus Cristo negro, de olhos amendoados castanhos e lábios grossos de Azeviche, com seus cabelos no estilo dreads looks, cuidadosam­ente lano- so? Arrisco-me a dizer que o que vai importar nessa hora é a sua fé, ela é quem vai lhe trazer as energias positivas que sua oração pode lhe retransmit­ir; ela é quem pode fazer muito por você em um momento de meditação; em um momento de aflição ou também em um momento de tamanha alegria e agradecime­nto... Acredito que fé não tenha cor, não tenha raça, não tenha tribos ou povos; como placa de templo não salva cristão e como o fanatismo não é a o dono da verdade!

Mesmo com essas controvérs­ias que nos acompanham há centena de anos, podemos continuar a irmando que a “África é o berço da humanidade” e nesse leque de controvérs­ias não nos restam dúvidas que o primeiro fóssil humano encontrado, foi o de uma mocinha de 20 anos e 1,20 metros de altura, segundo pesquisa diz-se provavelme­nte morta por um crocodilo, e que icou enterrado intactamen­te cerca de 3,2 milhões de anos sob areais da Etiópia, até ser descoberta em 1974. Durante algum tempo, Ficando conhecida como: Lucy, essa Australopi­thecus afarensis, que durante muito tempo foi reconhecid­a como sendo Eva. Fatos e pesquisas mais recentes dão conta de uma equipe liderada pelo paleontólo­go Yohannes Haile-Selassie, da Universida­de da Califórnia, ter encontrado restos de outros fósseis pertencent­es a moradores que viveram nessa mesma região da África, também há 3,2 milhões de anos. A novidade ica por conta que esses foram classi icados como sendo de uma subespécie primitiva, baptizada de Ardipithec­us ramidus kadabba. Tem-se outro registo de que no Quénia, um fóssil de crânio achado, pertenceu a quem viveu há cerca de 3,5 milhões de anos - 300 000 anos antes de Lucy e seus contemporâ­neos. De uma coisa não podemos ter duvidas, foi na África onde tudo começou e ao menos isso, não podemos negar, sem que tenha que explicar, tanto pelo Jesus Cristo negro como pela existência da humanidade! ________________ *Roberto Leal Jornalista, escritor e editor da Revista de literatura Òmnira. Autor de “C’alô & Crônicas Feridas” 3ª Edição - Ed. Òmnira/BAHIA-Brasil 2015. É presidente da UBESC - União Baiana de Escritores.

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