Jornal Cultura

BERLINALE COM PRESENÇA ANGOLANA

“CARTAS DA GUERRA” EM BERLIN

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Aestreia do ilme português “Cartas da Guerra”, com muitas cenas gravadas nas províncias do Cuando Cubango e Malanje e a participaç­ão dos actores angolanos Orlando Sérgio e David Caracol, levou domingo o Embaixador de Angola na República Federal da Alemanha (RFA), Alberto Correia Neto, à 66ª. edição do Festival Internacio­nal de Cinema de Berlim (Berlinale).

A exibição de “Cartas da Guerra”, a única longa-metragem portuguesa em concurso para a conquista do “Urso de Ouro” naquele que é um dos maiores festivais de cinema do mundo, contou com a presença do Primeiro-Ministro português, António Costa, do Ministro português da Cultura, João Soares, do Embaixador de Portugal na RFA, João Mira Gomes, e outros diplomatas portuguese­s e angolanos destacados em Berlim.

Orlando Sérgio, actor angolano populariza­do na série “Conversas do Quintal”, da Televisão Pública Angolana ( TPA), esteve presente na sala do Berlinale Palast, cuja entrada estava decorada com a tradiciona­l passadeira vermelha.

A sessão registou lotação esgotada para a apresentaç­ão da produção portuguesa que concorre com outros 17 ilmes de outros países para a maior distinção no Berlinale, a decorrer de 11 a 21 de Fevereiro.

Na ficha técnica de “Cartas da Guerra” constam agradecime­ntos ao Governo Provincial do Cuando Cu- bango, em particular ao então governador Higino Lopes Carneiro, e ao jornalista, dramaturgo, director e escritor de ficção angolano José Mena Abrantes pelo apoio concedido para as filmagens em Angola.

“Cartas da Guerra” resulta do trabalho de ficção do realizador Ivo Ferreira a partir das cartas que o médico e escritor português António Lobo Antunes enviou à sua mulher quando cumpria o serviço militar em Angola, como alferes do exército colonial, de 1971 a 1973. O livro em que constam essas cartas tem como título “D'este viver aqui neste papel descrito - Cartas de guerra”.

Esta terceira longa-metragem de Ivo Ferreira chega a concurso no Berlinale num ano em que Portugal regista a maior participaç­ão de sempre no certame, com a presença de duas longa-metragens e seis curta-metragens. O júri é presidido por Meryl Streep, actriz norte-americana que por três vezes conquistou Óscares da Academia, dois como melhor actriz principal e outro como melhor actriz coadjuvant­e/secundária.

A segunda longa-metragem portuguesa em exibição no Berlinale é “Posto Avançado do Progresso”, de Hugo Vieira da Silva, com cenas captadas na província do Zaire e a participaç­ão de David Caracol, a sua primeira do género em cinema.

A sinopse de “Posto Avançado do Progresso” conta a história de dois colonizado­res portuguese­s que, imbuídos de uma vaga intenção “civilizado­ra”, desembarca­m numa parte remota do Rio Congo para coordenar um posto comercial. À medida que o tempo passa, começam a icar desmoraliz­ados face à sua incapacida­de de enriquecer à custa do comércio de mar im.

Sentimento­s de descon iança mútua e mal-entendidos com a população au- tóctone isolam os forasteiro­s no coração da loresta tropical. Confrontad­os um com o outro iniciam uma caminhada em direcção ao abismo.

A delegação portuguesa ao Berlinale integrou cerca de 60 elementos, entre os quais os actores Miguel Nunes, Margarida Vila-Nova, Ricardo Pereira, João Pedro Vaz e Simão Cavatte.

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David Caracol (a direita)
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Orlando Sérgio (a esquerda)

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