USOÑONA ACTO MATRIMONIAL ENTRE OS LUBOLU, KIBALA E OUTROS AMBUNDU DO K. SUL
KWIBULA (pretender ou buscar consentimento)
O acto tem o significado exacto de pretender a rapariga. Perguntar às famílias se nada obsta. A aceitação da boquilha de tabaco ou outro produto correspondente equivale à aceitação do namoro por parte de quem o recebe e que deverá comunicar aos pais da jovem.
A família da rapariga deve, em seguida, reunir e analisar os hábitos do rapaz e de sua ascendência, jogando preponderantemente a amizade ou atritos que haja ou tenha havido entre ambas, caso sejam de mesma aldeia ou de aldeias próximas.
Ultrapassado favoravelmente este passo, um emissário é enviado à parte do pretendente, comunicando-lhe a aceitação formal do namoro, passando o jovem a frequentar a casa dos sogros, idem a jovem que se deve prestar a alguns serviços domésticos em casa da futura sogra. É o ensaio.
São esses actos que ajudarão a de- terminar se a futura nora é ou não honesta e trabalhadora. Chegados a este patamar a sociedade jamais permitirá relacionamentos paralelos, sobretudo se praticados pala nubente, sendo qualquer acção desrespeitosa para com ela passivel de uma multa pecuniária e, às vezes, castigos ísicos, ditados pelo soba da comunidade. Aqui, a traição feminina é considerada e punida mesmo na sua forma intencional. Sendo porém ao intruso, aquele que cobiçou a mulher/noiva alheia, a quem se imputa parte considerável da culpa. Ao lesado é dada a oportunidade de contimuar ou abortar a relação, depois de recebida a multa.
ULEMBA (alembamento)
É o acto pelo qual a família do jovem formaliza o noivado através da entrega de bens à família da jovem. Não se trata de compra, como alguns podem pensar.
É apenas um acto que valoriza a noiva e que sub entende o costume e o respeito pelas tradições seculares. Imitir- se de realizar o alembamento é o que se considera anomalia e nunca o contrário.
Nas comunidades rurais mais recônditas a bebida mais usada é o kaporroto ( bebida destilada). O noivo, ajudado pela família, deve juntar garrafões de kaporroto em número variável, panos para a sogra, cobertor para a avós, o dinheiro do alembamento que acompanha a carta de pedido devidamente forrada em lenço branco e fechada com al inetes dourados.
Nas comunidades mais iluminadas o Kaporroto é substituido por garrafões de vinho, wisky, caixas de refrigerantes e cerveja, cigarros, peças de panos para a sogra, fato para o sogro e outros bens. Há famílas que enviam uma lista de bens e outras que são liberais.
Geralmente a família do noivo é recebida em festa, abatendo-se um animal quadrúpede doméstico e outro que é oferecido vivo à família da noiva em forma de dote.
UWANA (a busca ou o casamento própriamente dito)
A saída da mulher da casa de seus pais é o acto consumatório da união matrimonial entre os nubentes. Preparada a casa em que viverá o novo casal, a família do noivo envia um emissário à casa da família da noiva com a missão de a ir buscar.
O emissário, um tio, uma tia, um kisoko ou outro individuo de con iança ou amigo comum dos nubentes leva um garrafão de kaporroto, ou algumas caixas de cerveja e refrigerantes, dependendo do lugar e das posses.
Deve munir- se de alguma pecúnia de reserva para em caso de multas devidas a atrasos na chagada ou gravidez em casa dos pais. Recebido em festa, apresenta o mahezo ( conta o motivo da visita) e é acompanhado com o bater de palmas à medida que discorre o discurso.
Uma tia, amiga ou sua representante acompanha a noiva ao seu novo lar. Esta vai normalmente de rosto encoberto destapando o "véu" somente depois de apresentada pela acompanhante à sua nova família, os sogros.
Manda a tradição que na primeira noite ambas tias da noiva e do noivo devem con irmar a virgindade da rapariga através de lençóis novos e brancos que ao raiar do sol são por elas recolhios devendo estar ensanguentados, sinónimo de que houve de loramento naquela noite nupcial.