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companhar a história do país, a partir da evolução da moeda, é, desde Maio, a nova proposta que a baixa de Luanda oferece aos seus habitantes e visitantes, de terçafeira a domingo, das 9h00 às 17h00.
O museu, vocacionado apenas para a história e evolução da moeda em Angola, do período colonial até aos dias de hoje, tem sido, nestes primeiros meses um “ponto comum” da maioria dos luandenses, ávidos de conhecimentos e curiosidade. É muito usual para qualquer visitante ver muitas crianças no recinto, acompanhadas pelos pais, ou um encarregado de educação, uma prática que se tinha reduzido bastante nos últimos anos, devido, em parte, à dinâmica da vida, onde o tempo é um factor crucial.
Actualmente, logo à entrada do museu, com uma estrutura arquitectónica muito diferente das demais instituições do género, está a exposição “Expressões de Prata”, em regime temporário.
Mas ao virar à esquerda, começamos por entrar no mundo da moeda, este vil metal, que durante anos de iniu o destino de civilizações e construiu Nações. A história começa pela Macuta e Reis e passa pelo Centavo, Escudo e o Angolar até chegar ao Kwanza.
Num percurso, que pode ser feito em minutos ou horas, os visitantes têm a possibilidade de conhecer as mudanças que ocorreram no dinheiro usado no país ao longo de anos. Se nas primeiras notas e moedas vemos vários símbolos e líderes portugueses, impressas sob orientações do Banco Nacional Ultramarino, para a então Província de Angola, depois temos o Kwanza, o símbolo máximo de um povo libertado, impresso já pelo Banco Nacional de Angola.
A cada nota do kwanza também temos um registo da própria História do país. As notas traziam desenhos sobre vários assuntos, todos ligados aos objectivos do país na época. O incentivo à luta pela paz, a aposta na educação, ou o petróleo, como uma das riquezas do país, assim como o algodão, eram parte das notas. A exposição permanente inclui também alguns símbolos e produtos que eram usados, antes das moedas e notas nas trocas comerciais, como o sal ou o zimbo, assim como artefactos guardados, ao longo de anos, pelo Banco Nacional de Angola, como parte do seu acervo.
Apesar de alguns jovens usarem o local mais para fazer fotos suas (“sel ies”), uma boa parte ainda vai para lá cheia de curiosidade em entender o que vêm. O modernismo, típico de um museu contemporâneo, está bem patente no local.
Claro que para prevenir qualquer dano, a direcção do museu criou regras para proteger o património ali patente. Uma das regras é a proibição do uso de lash durante as fotos. A equipa de segurança montada no local está lá para fazer cumprir cada regulamento, de forma a preservar o património, no âmbito de um amplo projecto nacional de valorização da herança histórica e cultural do país.
A infra-estrutura, que é uma iniciativa do Banco Nacional de Angola e começou a ser construída em Janeiro de 2013, hoje é uma referência da baixa de Luanda.