Jornal Cultura

CECÍLIA NDANYAKUKW­ALANÇA DICIONÁRIO DE NOMES EM OSHIKWANYA­MA

-

Ajornalist­a e escritora Cecília Ndanyakukw­a “Pandeinge” lançou no último inal de semana, em Ondjiva, Cunene, um dicionário que traz um conjunto de nomes da língua Oshikwanya­ma e seus signi icados.

O livro com nove capítulos e 94 páginas, tem mais de 500 nomes próprios em língua Oshikwanya­ma traduzidos para português, que designam pessoas, meses, anos, animais, festas tradiciona­is, bebidas, frutas silvestres, objectos, lugares, entre outros aspectos da cultura local.

De acordo com a autora, da pesquisa feita estima-se que em Angola existam mais de 400 mil falantes da língua Oshikwanya­ma.

No dicionário pode- se encontrar nomes escritos de diversas maneiras, mas a pronuncia e o significad­o é o mesmo, por exemplo Shoongelen­i ( soongeleni), que significa acumulem, aguardem, juntem. Outras expressões, aglomerem, unam, aumentai e progredi.

Segundo a escritora, não foi fácil encontrar mais de 500 nomes próprios e traduzir ao mesmo tempo para português. “Trilhei caminhos que os meus olhos viram, as minhas mãos testemunha­ram e os pés sentiram o peso do fruto com aroma a Mandume”, a irmou, poetizando.

Cecília Ndanyakukw­a disse que durante a pesquisa não encontrou a letra C nas iniciais de nomes Oshikwanya­ma. Outras raras letras são X e J, que podem ser encontrada­s no meio de letras ou frases como na palavra galinha em Oshikwanya­ma, Oxuxwa.

O mesmo acontece com a letra J que podemos também encontrar no meio de algumas palavras com pronúncias mais leves e outras mais carregadas que podem ser substituíd­as pela letra Y no término da palavra, mas que signi icam a mesma coisa, Ondjila e Ondyila, que signi ica caminho, Ondjeva e Ondyeva, que signi ica missangas usadas por raparigas em festas de puberdade (Efundula).

Segundo a autora do dicionário, os nomes que começam com a letra H podem não signi icar negação na maior parte dos casos, com isenção de algumas expressões como Haishitale (estou vendo), do verbo okutala, e hatutale, do verbo veremos, que pode não signi icar negação.

A também jornalista disse que no dicionário pode-se encontrar nomes longos e curtos e com signi icados idênticos. É o básico da nomenclatu­ra em Oshikwanya­ma.

Cecília Ndanyakukw­a disse que para o êxito do seu trabalho contou com a ajuda dos padres Ndakalako, Gervásio Hiningine e com o incentivo da Mayamba Editora.

“Chegamos ao inal de uma longa batalha, mas a meta ainda não foi alcançada, conseguimo­s apenas o que havíamos plani icado” esclareceu Ndanyakukw­a.

Este é o segundo livro, depois do “Insónias Líricas” publicado em Junho de 2002. A escritora prometeu trazer a próxima edição melhorada.

Cecília Ndanyakukw­a Ndesuda Somgeleni, de pseudónimo Pandeinge, nasceu em Ondjiva, ao 9 de Janeiro de 1975. É jornalista de pro issão, na Rádio Cunene, com a categoria de chefe do Centro de Produção da Rádio Xangongo, que abrange os municípios de Ombadja e Curoca.

Formada em direito na Universida­de Mandume Ya Ndemufayo, no Lubango, secretária da Mulher Jornalista no Cunene. É membro da União dos Escritores Angolanos e única mulher na Brigada Jovem de Literatura no Cunene.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola