Jornal Cultura

A FOME

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Sinto a minha alegria distante/Vou a sua procura e perco-me/Por estas veredas repletas de escombros e choro/Por saber que não consegui encontrá-la

Sinto a minha pobreza proteger/A desgraça que vem junto de mim, sujar/As manhãs virtudes que se empoeiram/Ao longo da avenida q caracteriz­a a morte!

Sinto a pobreza do mundo puxar/Esticar a vida em cambaleio/Para fazê-la ajoelhar, para escravizá-la/Por embeber-se de um barril de sangue

Sinto a minha alegria fugir de mim/Por ver o meu puto esquecer/O caminho para casa e ica a chorar/A ausência de pão que o deixa guloso

Sinto o descanso da morte fugir/Quando alguém vai vivendo sobre a campa/Que ica, sempre, vero, à sua espera/Até ao dia próximo da mor-

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