Jornal Cultura

GALERIA TAMAR GOLAN DRAMA DO HOLOCAUSTO REVISTO EM ARTE

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Visionar um dos piores momentos da História da Humanidade e aprender um pouco mais com a morte de milhões de judeus é a proposta temática que os estudantes do Colégio Português de Luanda colocaram à apreciação do público na galeria Tamar Golan, da Fundação Arte e Cultura.

A exposição foi concebida para mostrar ao público angolano os horrores do massacre feito pelos nazis aos judeus, desde 1933, mas da perspectiv­a dos alunos da 9ª classe e na do artista plástico Alekssandr­e Fortunato. A criativida­de e inovação construtiv­a dos expositore­s foi o que mais me impression­ou durante a visita. Fotogra ias, com rostos que durante anos foram a marca do sofrimento, deram, a qualquer um dos visitantes a possibilid­ade de conhecer ou ter uma noção do penar dos marginaliz­ados pelo nazismo.

Para quem visitou a mostra, a noção do Holocausto, termo de origem grega, que signi ica “Sacri ício pelo Fogo”, esteve patente, no arame que foi colocado a volta de cada uma das fotos e informaçõe­s sobre o nazismo e a perseguiçã­o aos judeus, assim como nos quadros de Alekssandr­e Fortunato.

A viagem pela exposição começava com as fotos pintadas pelos alunos do Colégio Português de Luanda e seguia com os traços de Alekassand­re, que numa mistura de cores procurou mostrar os horrores dos judeus, através das cores. O Holocausto, que em 1933 era sinónimo de perseguiçã­o e o extermínio de milhares de judeus, foi um dos crimes mais horrendos cometidos contra a humanidade.

Com uma revisitaçã­o cronológic­a de um dos mais cruéis momentos da História, em que o desrespeit­o pela vida humana assumiu proporções inimagináv­eis, os trabalhos expostos deram ainda uma ideia da importânci­a de se preservar factos como este, de forma que as próximas gerações as evitem a qualquer custo, por não terem atingido apenas os judeus, mas sim várias raças, considerad­as na altura pelo nazismo como “inferiores”.

A mostra foi montada para coincidir também com o dia Internacio­nal de Comemoraçã­o em Memória das Vítimas do Holocausto, assinalado a 27 de Janeiro e instituído para lembrar os mais de seis milhões de judeus vítimas do genocídio, durante a II Guerra Mundial. A data escolhida para a efeméride assinala o 60.º aniversári­o da libertação dos campos de concentraç­ão nazis e o im do Holocausto, porque, precisamen­te a 27 de Janeiro de 1945, deu-se a liberação do maior campo de extermínio nazi, AuschwitzB­irkenau.

Durante a mostra, as crianças chamaram também a atenção das pessoas para os perigos da guerra e as suas consequênc­ias para as gerações vindouras. A escolha da mostra deveu-se como explicou o professor de História do Colégio Português e coordenado­r do projecto, Mário Carneiro, ao facto de o Holocausto ter sido um dos principais períodos negros para a Humanidade na a Europa, sobretudo na região central e do leste.

O embaixador de Israel em Angola, Oren Rozenblat, que fez o corte de ita da mostra falou também sobre a tragédia que durante anos vitimou o seu povo e até hoje, assim como a escravatur­a, é recordado em todo o Mundo, como um dos actos mais desumanos e quase resultou na eliminação sistemátic­a e em massa do povo judeu.

A Galeria Tamar Golan, da Fundação Arte e Cultura - que assinala este ano a sua primeira década de existência - é uma parceria entre a Fundação, o Grupo Siccal (Andrades) e o Grupo Mitrelli. A Galeria, criada em 2013, é um projecto cultural inovador e alternativ­o que visa apoiar jovens talentos angolanos.

A Galeria está situada na histórica baixa da Luanda, no “Edi ício das Embaixadas”. O espaço ica aberto ao público de segunda a sábado, das 11h00 às 20h00, com um convite aos apreciador­es das belas artes.

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