CENTENÁRIO DA MORTE DO REI MANDUME
O Complexo Turísticoo de Oihole,Oihole espaço onde está erguido o memorial do reiei MandumeM ya Ndemufayo, foi pequeno para acolherolher a moldurmoldura humana que acorreu ao local para assistirtir as ffestividades do centenário daquele que foifooi o último soberano do povo kwanhama, que preferiuiu o suicídio a 6 de FevereiroF de 1917, para não ser capturadoado pelos porportugueses durante a ocupação colonialolonial no sul de AAngola.
O Complexo Turístico de Oihole, espaço onde está erguido o memorial do rei Mandume ya Ndemufayo, foi pequeno para acolher a moldura humana que acorreu ao local para assistir as festividades do centenário daquele que foi o último soberano do povo kwanhama, que preferiu o suicídio a 6 de Fevereiro de 1917, para não ser capturado pelos portugueses durante a ocupação colonial no sul de Angola. Oihole testemunhou, há cem anos, a morte do grande estratega na
luta de resistência contra o colonialismo português.
Os festejos da data foram totalmente dominados com trajes, canções e danças tradicionais, com realce para pano kwanhama, vulgo Odelela, e missangas pintadas a vermelhão que simbolizam os hábitos e costumes do grupo ambó. Houve quem ainda se vestiu de pele de animal. Os pratos típicos da região, como Ombidi, Omavanda, Ojove e Omaadi Ongobe, acompanhados de bebidas, tais como Omaongo, Omalondo e aguardente de diversas frutas silvestres também não faltaram.
A cerimónia foi antecedida com uma deposição de lores no túmulo do rei, onde foram cumpridos alguns rituais que simbolizam a resistência do povo kwanhama.
O ministro da Educação, Mpinda Simão, que presidiu o acto, enalteceu a bravura de Mandume ya Ndemufayo, e seu espírito patriótico demonstrado durante a luta contra o colonialismo português na defesa do seu reinado.
Pinda Simão disse que, durante o reinado de Mandume, as guerrilhas entre os povos africanos acabaram e passaram a ser apenas contra os portugueses, que, a todo custo, tentavam ocupar a parte sul de Angola.
Antes da ocupação colonial, os Ambós estavam divididos pelos reinos do Kwanhama, Kuamatuis e os dois estados do Evale e Ca ima, e viviam unidos e sem guerras entre si.
Convite à pesquisa
O governante realçou que a informação que tem sobre o percurso histórico do rei ainda é exígua, pelo que é necessário mais pesquisa, divulgação e valorização dos feitos e da bravura de Mandume, que defendeu o seu povo.
Sublinhou que a coragem na luta contra a invasão e opressão colonial deu-lhe grande notabilidade. “A coragem e tenacidade de Mandume ya Ndemufayo, último rei do povo Kwanhama, obrigou o colono português a rever e reforçar o seu modo de actuação para poder contrapor a situação encontrada no terreno”, acrescentou.
O ministro disse que a atitude, baseada no pensamento de nunca se vergar diante dos portugueses, deve ser o espírito a emanar nas mentes dos jovens, para a construção de uma Angola cada vez melhor.
De acordo com Pinda Simão, Mandume nasceu e cresceu num momento conturbado, devido à presença de comerciantes e missionários vindos da Alemanha, Inglaterra e Portugal, mas todos eles tinham interesses diferentes.
Os portugueses reivindicavam a implantação da directiva de ocupação efectiva do território decretado na conferência de Berlim, os missionários alemães estavam empenhados na educação e foram estes que in luenciaram na instrução do rei Mandune ya Ndemufayo.
A irmou que quando tomou posse em substituição do seu tio Nande, Mandume procurou restaurar a riqueza e a prosperidade para a dignidade do povo Kwanhama, assim como incentivou o comércio, a im de adquirir armas para defesa do seu reino.
Relações com alemães e ingleses
A história demonstra que Mandume mantinha boas relações com os missionários alemães e ingleses que o educaram, e ele opunha-se aos portugueses que na altura serviam de intermediários com o governo português. Por isso tentou fazer aliança com os alemães e ingleses na luta contra os portugueses. Por sua vez, os portugueses tentaram assediá-lo na luta contra os alemães.
Viria a ser um momento histórico que exigia a ocupação efectiva dos territórios que as potências coloniais reivindicavam.
Daí que surgiu a necessidade de limitação da fronteira, em que o território namibiano icou ocupado pelos alemães e o angolano pelos portugueses, enquanto a África do Sul estava interessada em ampliar as suas relações com a Namíbia.
Colocado no meio desses interesses, Mandume fez esforços para manter aliança com alguns, e contra outros para sobreviver e manter a dignidade do seu povo da região ambó, que se estendia para o sul de Angola até ao norte da Namíbia, sendo ele o rei mais poderoso do grupo Ovambo.
Atendendo que o regime colonial era uma forma da subjugação de um povo contra outro concluiu-se que a ideia de Mandume era comum à de outros povos envolvidos na luta contra as potências europeias.
Naquela altura, as forças da opressão sul-africanas, portugueses, alemães e ingleses manobravam a partir do sul, na ânsia de estabelecer a ocupação efectiva dos territórios africanos. Para tal, tomou a decisão de enfrentar os portugueses, munido de armas de fogo, recusando submeter-se ao controlo dos sul-africanos, como também não viu com bons olhos as alianças que estabeleceu com os alemães e ingleses e recusou ir a Windhoek para dialogar com os ingleses.
O vice-governador do Cunene para o sector técnico e infra-estruturas disse que o povo da província do Cunene deve moldar-se na bravura e coragem do Rei Mandume ya Ndemufayo, que ain- da muito jovem defendeu o reinado dos Cuanhama, na região sul de Angola e norte da Namíbia, contra a ocupação colonial dos portugueses e ingleses.
Cristino Ndeitunga destacou que passados 100 anos, Mandume é venerado pelo povo da tribo Ambó, localizado no sul de Angola e norte da Namíbia, por ter preferido a morte após o enfraquecimento do seu estado em 1917, pelas forças ocupacionistas.
O governante a irmou que o Rei Mandume ya Ndemufayo é uma das iguras incontornáveis da luta de resistência contra a ocupação colonial no território do Cunene. Referiu que este comandou os destinos do povo Cuanhama num dos períodos mais di íceis da história da região sul, de 1911 a 1917.
Para o vice-governador, os feitos do destemido Mandume não só revelam a importância atribuída a esta parcela do território nacional no combate à ocupação como demonstra também a dimensão daquele que foi, e continuará a ser, um dos maiores símbolos da resistência contra a ocupação colonial em África.
Em sua homenagem o governo do Cunene construiu em 2000 o memorial no complexo turístico de Oihole, inaugurado pelo presidente da República José Eduardo Santos, na presença do primeiro presidente da Namíbia, San Nujoma.
Delegação namibiana
Uma delegação namibiana, encabeçada pala rainha Marta Mwadinomo, rainha de Ovakwanhama naqueles país, testemunhou o acto dos 100 anos da morte daquele que foi o último