FUCKIN` GLOBO III REVOLUCIONA A CENA ARTÍSTICA
ComC uma proposta irreverente,irreverenente, totalmente alternativa,alta, ousada e independente,independen doze artistasar e um colectivo participaram,participarticiparam, de 26 a 30 JaneiroJaneir último, na terceiratercceira edição da amostraamostra multidisciplinar de artear “Fuckin` Globo III”,III na cidade de Luanda.uanda.
video projecções, performances e ambientes situacionistas propõem uma nova ordem perceptiva, outra maneira de fruição estética e assumidas formas de questionamento da arte, dos valores sociais e políticos imperantes.
As obras expostas têm diferentes registos temáticos e imagéticos, apelam à uma série diversas de temas, mas, no geral, é evidente o altíssimo de soluções estéticas e criativas: com “Congolândia (o universo em desencanto)”, Thó Simões, no quarto 117 reinventa o exotismo e o passado mítico dos reis do Congo convertendo-os em elementos de um palimpsesto cultural indescifrável, texto mudo e nunca o su icientemente conhecido, alegoria do olvido e da castração, exemplo da deculturação.
Com a performance “Em pratos limpos”, no quarto 107, Daniela Vieitas + Muamby Wassaby recriam, simultâneamente, os constrangimentos que a falta de água provoca, como convivemos com a putrefacção de alimentos e das coisas, quão injusto é o mundo da arte e até que ponto lavar pratos relaxa, distrai e ajuda a pensar mesmo.
No quarto 111, Keyezua apresentou a obra “Nothing to declare” onde reutiliza tambores de gasolina, dandolhes outra roupagem com pinturas do tipo naif que retratam objectos ou corpos, sem necessidade de dizer nada mais que não seja a própria recriação de uma certa noção de natureza morta ou, simplesmente, de igurativismo.
João Ana + Elepê com a instalação sonora “Realité, jamais” criaram, no quarto 112, uma atmósfera côr de rosa, inquietante, com ruidos que tiravam o espectador da realidade para sumi-lo numa irrealidade cheia de fumos e vapores.
No quarto 115, reconstruindo um cenário com intenções situacionistas, Edson Chagas, com a sua obra “Keep calm. Aprecia a vida” projecta imagens sobre um contexto revestido de cartão, numa obra que, apesar de ser menos caótica, faz recordar as construções de Carlos Bunga. Nas antípodas da encenação da obra de Edson Chagas, se situa a video- instalação sem título que Toy Boy coloca no quarto 116: chinelos, sapatinhos e botinhas de crianças perdidas na estrada, abandonadas em qualquer lugar pelo desleixo ou fruto da fuga intempestiva dos lugares de fome, guerra e caos aparecem espalhadas num mesmo contexto, o da obra de arte, param incitar a refletir sobre a ausência e a perda.
No quarto 105, Kiluanji kia Henda e Orlando Sérgio apresentam, num ambiente avermelhado, a instalação performance “Túmulo de uma zungueira desconhecida”, em primeiro lugar, em alusão a zungueira morta pela polícia muito recentemente numa das ruas de Luanda, mas, em segundo lugar, recitando poesia angolana dos anos 50 e 60 do século XX obrigam-nos a evocar a história do lugar e da importância da quitandeira para, depois, em terceiro,