Jornal Cultura

ESFREGANDO O SILÊNCIO DA ARDÊNCIA NA CÓRNEA DESFEITA EM ÁCIDAS LÁGRIMAS

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MANUEL (D´ANGOLA) DE SOUSA

Sopro o pífaro em retirada acelerada Fujo da realidade actual e pulo fora Retiro às pressas tudo o que tenho dito Retraio todos os preceitos atrás de um pilar… Escavo sem fundamento as fundas fundações Enceto uma correria contra o tempo para me ocultar Corto caminho indo às curvas e aos ziguezague­s Abençoo-me o melhor que consigo ou posso… Oiço os Anjos a tocarem as cornetas triunfais Subo subitament­e a escadaria para me juntar a eles Deixo o portal aberto para que vêm a seguir Vou à varanda espreitar miragens à distância Borro a escrita toda com um mero mata-borrões A ita das inauguraçõ­es chegou à justa ao im Deslizo pelo gelo tão logo começa o degelo das águas Jogo lores e pétalas para a esquerda e para a direita En io-me a eito por um beco de saída exígua Julgo sumariamen­te e condeno actos explosivos Expurgo e expulso indomáveis Demónios do corpo Exorcizo as maldade e mágoa santi icando o espírito Exponho galerias de arte sacra exposta a sacrilégio­s

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