PAULO KUSSY METEMPSICOSE DA ILUSÃO
Paulo Kussy já atingiu o nervo do silêncio. A metempsicose da ilusão plástica. Cada tela encaixa peixespeix de seda, ouro e pratata puríssimapur na memóriaia de um palcopalc de Ballet. MIXTAMIXTAPEAPE – FITAS MAGNÉTICAS reproduzoduz essa ilusão reconfiguradarada de silêncio em silêncio,silêncio em queue cada formaf expele um fio dee música a fformarmar paisagens de ReincarnaçãoR e Dor, Anulaçãonulação do EEu, Reintegração Dual,, HorizontalidadeHor sem Fim, atéé à próximapr mostra (ou possessão lunática),luná ao próximo Uivoo do Artista.A
I
Paulo Kussy já atingiu o nervo do silêncio. A metempsicose da ilusão plástica. Cada tela encaixa peixes de seda, ouro e prata puríssima na memória de um palco de Ballet. Que se transfere de uma tela a outra, na imensa pluriversidade de estilizações do ideal da Beleza, essa deusa inebriante que se derrama em certas quantificações da matéria e dá a perecer o que já foi ou está para ser, ou – ilusão das ilusões – o que nunca pode vir a ser.
II
Será a música das formas que conduz Paulo Kussy à progressão quase infinita de imaterialização do corpo mais acabado até aqui da Mão de Deus?
Há dentro do pintor um cão de faro muitíssimo apurado, dir-se-ia um lobisomem que, nos momentos de intensa solidão agride o silêncio com o seu Uivo esteticamente sublimado em geometrias angustiadamente expansivas e deixa voar na alvura do Tempo desenhos caninos que surpreendem o próprio corpo do autor já acordado de exposição em exposição.
III
Pode-se tocar esse felino de dentes azuis e vermelhos até ao brilho de Plutão. Quando o pincel de Paulo Kussy o subtrai da correnteza do Ser e o difere para a dimensão pré-Arte, onde levita a perfeição absoluta. Nessa dimensão, assiste-se à robotização da própria ilusão, o metal das ideias se dobra, estica se formata em composturas icónicas de entrega total à transfusão mecânica dos afectos. É nesse campo imenso onde a hipocrisia nunca faz eco, que se verifica uma torção irreversível do Amor.
IV
MIXTAPE – FITAS MAGNÉTICASreproduz essa ilusão reconfigurada de silêncio em silêncio, em que cada forma expele um fio de música a formar paisagens de Reincarnação e Dor, Anulação do Eu, Reintegração Dual, Horizontalidade sem Fim, até à próxima mostra (ou possessão lunática), ao próximo Uivo do Artista.