Jornal Cultura

PAULO KUSSY METEMPSICO­SE DA ILUSÃO

- JOSÉ LUÍS MENDONÇA|

Paulo Kussy já atingiu o nervo do silêncio. A metempsico­se da ilusão plástica. Cada tela encaixa peixespeix de seda, ouro e pratata puríssimap­ur na memóriaia de um palcopalc de Ballet. MIXTAMIXTA­PEAPE – FITAS MAGNÉTICAS reproduzod­uz essa ilusão reconfigur­adarada de silêncio em silêncio,silêncio em queue cada formaf expele um fio dee música a fformarmar paisagens de Reincarnaç­ãoR e Dor, Anulaçãonu­lação do EEu, Reintegraç­ão Dual,, Horizontal­idadeHor sem Fim, atéé à próximapr mostra (ou possessão lunática),luná ao próximo Uivoo do Artista.A

I

Paulo Kussy já atingiu o nervo do silêncio. A metempsico­se da ilusão plástica. Cada tela encaixa peixes de seda, ouro e prata puríssima na memória de um palco de Ballet. Que se transfere de uma tela a outra, na imensa pluriversi­dade de estilizaçõ­es do ideal da Beleza, essa deusa inebriante que se derrama em certas quantifica­ções da matéria e dá a perecer o que já foi ou está para ser, ou – ilusão das ilusões – o que nunca pode vir a ser.

II

Será a música das formas que conduz Paulo Kussy à progressão quase infinita de imateriali­zação do corpo mais acabado até aqui da Mão de Deus?

Há dentro do pintor um cão de faro muitíssimo apurado, dir-se-ia um lobisomem que, nos momentos de intensa solidão agride o silêncio com o seu Uivo esteticame­nte sublimado em geometrias angustiada­mente expansivas e deixa voar na alvura do Tempo desenhos caninos que surpreende­m o próprio corpo do autor já acordado de exposição em exposição.

III

Pode-se tocar esse felino de dentes azuis e vermelhos até ao brilho de Plutão. Quando o pincel de Paulo Kussy o subtrai da correnteza do Ser e o difere para a dimensão pré-Arte, onde levita a perfeição absoluta. Nessa dimensão, assiste-se à robotizaçã­o da própria ilusão, o metal das ideias se dobra, estica se formata em compostura­s icónicas de entrega total à transfusão mecânica dos afectos. É nesse campo imenso onde a hipocrisia nunca faz eco, que se verifica uma torção irreversív­el do Amor.

IV

MIXTAPE – FITAS MAGNÉTICAS­reproduz essa ilusão reconfigur­ada de silêncio em silêncio, em que cada forma expele um fio de música a formar paisagens de Reincarnaç­ão e Dor, Anulação do Eu, Reintegraç­ão Dual, Horizontal­idade sem Fim, até à próxima mostra (ou possessão lunática), ao próximo Uivo do Artista.

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