TCHIZO, 166 DE JUNHO O DE 1975 GIKA, OU O ABSURDO O DA HISTÓÓRIA
O morro do Tchizo, em Cabinda, conserva a memória da última batalha de um jovem independentista angolano, que icou gravado na história da luta de libertação com o nome de Comandante Gika.
Na verdade, foi a 16 de Junho de 1975, que Gilberto Teixeira da Silva sentiu o coração trespassado por estilhaços de um obus de B10, lançado pela tropa da FNLA contra a posição em que se encontrava o então membro do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Comissário Político do Estado-Maior e membro do Conselho Supremo da Defesa.
A morte de Gika e a morte de muitos angolanos após a assinatura, em 1974, do cessarfogo entre a potência colonizadora e os movimentos de libertação representa o maior absurdo da História de Angola. O Comandante Gika partira do Lubango, onde frequentava o liceu, para ir estudar em Coimbra Portugal, em 1960. Abandonou os estudos quando frequentava o segundo ano da universidade e viaja clandestinamente para o maquis em 1962. O objectivo era lutar pela independência da sua pátria. Como todos os que já lá estavam e os que mais tarde se lhes vieram juntar.
Não adianta estar aqui e agora a trazer para a mesa do debate todos os interesses e forças conjunturais envolvidos na con iguração do destino de todos esses revolucionários no exílio. Um relato histórico mais alargado incluiria os ditames expansionistas da Guerra Fria. E as sequelas da descolonização feita sem a voz dos autóctones.
O que chama a atenção do observador dos nossos dias, mais de quatro décadas após o eclodir da guerra pós-colonial, é esse absurdo histórico, em que os angolanos se digladiam entre si e os heróis que sobrevieram à PIDE, ao poderoso exército colonial e às precárias condições da guerrilha, viriam a cair nas cidades libertadas, nas lorestas apaziguadas, sobre as ondas dos rios transparentes.
E a resposta nem sempre é a mesma, mas é semprte a mesma, desde há milénios: o homem, é ele próprio, o maior absurdo da História Universal.