Jornal Cultura

MBANZA KONGO PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE

- ADRIANO DE MELO |

A expectativ­aexpecxpec­tativa eraa muita, antesanes dos especialis­tas da UNESCOUNES­CO anunciarem­anunciar que Angola tem,em, desde o passado dia 8 de Julho de 2017, um bem histhistór­icoo e culturalcu­ltur na lista do património­imónio da Humanidade.Humanidade Agora,a, o desafio é maior parpara os técnicosos e especialis­tas angolanos em antropolog­iaantropol­ogania e história. É precisoeci­so um maior trabalhotr­abalho de divulgação parapar maior valorizaçã­ov da ex-capital do ReinoR do Kongongo e desta fforma atrairair todot o poten-potencialc­ial turísticot­ur que outrosos património­spa mundiais,, em vvários países, fazemem alavancara­la as economiase­conomias.onomias.

Depois de anos de luta, várias tentativas, muito esforço e imenso trabalho de pesquisa, prospecção e recolha de dados, eis que, agora, a cultura angolana passa a ser parte essencial da História da Humanidade. A inal, trata-se, como é óbvio, de uma história e um património inigualáve­l. Mbanza Kongo foi e continuará a ser, com este reconhecim­ento, a capital dos antigos Reis do Congo, um reinado que se estendia dos Congos (Brazzavill­e e Libreville) até o Gabão, e albergava uma vasta tradição, hoje mais enraizada entre os angolanos, mas que agora consta da lista dos bens a serem protegidos por todos.

Um ganho sem fronteiras e cujos lucros só o tempo, num período médio ou longo, vão poder mostrar a cada uma das pessoas, entre nacionais e estrangeir­os, que ajudaram a materializ­ar o projecto.

O anúncio o icial foi feito sábado. A expectativ­a era muita, antes dos especialis­tas da UNESCO anunciarem que Angola tem, desde o passado dia 8 de Julho de 2017, um bem histórico e cultural na lista do património da Humanidade. Agora, a perspectiv­a é nova para os técnicos e especialis­tas angolanos em antropolog­ia e história. É preciso um maior trabalho de divulgação para maior valorizaçã­o da ex-capital do Reino do Kongo e desta forma atrair todo o potencial turístico que outros património­s mundiais, em vários países, fazem alavancar as economias, como Parque uKhahlamba Drakensber­g, na África do Sul, a Grande Muralha, na China, as Pirâmides de Gizé, no Egipto, a Estátua da Liberdade, nos EUA, a Fachada da Paixão - Templo Expiatório da Sagrada Família, na Espanha, o Partenon, na Grécia, o Taj Mahal, na Índia, ou o Kilimanjar­o, na Tanzânia.

Embora cada um dos monumentos históricos da Humanidade tenha “o seu peso e a sua medida”, assim como a própria importânci­a para o mundo, Mbanza Kongo, a partir de agora, vai atrair a atenção de todos para as suas potenciali­dades culturais e levar muitos dos pesquisado­res a conhecer mais um pouco sobre a História de um povo in luente, que começou a sofrer mudanças profundas após a chegada dos portuguese­s. É uma oportunida­de para descobrir mais sobre as origens dos Kongos, antes da colonizaçã­o, e desta forma acabar com “certas histórias erradas”, como defendem muitos historiado­res nacionais, sobre o modo de vida dos africanos.

Com a elevação de Mbanza Kongo criasse mais espaço para a possibilid­ade de contar a história de África, mas precisamen­te dos angolanos, a partir da perspectiv­a dos próprios, pois foi essa mesma história e a sua in luência para o continente no século XIV.

Os apoios agora, virão de vários lados, uma vez que o reconhecim­ento da UNESCO abre portas para novos desa ios, em especial no domínio da protecção do centro histórico de Mbanza Kongo, que, ao contrário de muitos bens da Humanidade em África, não foi incluído na lista do património em perigo, graças ao esforço do Executivo, através do Ministério da Cultura e do Governo Provincial do Zaire. Os munícipes e as autoridade­s tradiciona­is também têm muito mérito nesta questão, já que mesmo antes do trabalho de sensibiliz­ação dos especialis­tas o respeito por determinad­os monumentos locais foi sempre uma realidade entre os naturais.

Ainda desconheci­da de muitos, Mbanza Kongo tem pontos de atracção turística que foram, por anos, o “cartão postal” da antiga capital do Reino do Congo e agora devem ser divulgados novamente aos angolanos, em especial os jovens, e ao Mundo. Entre as referência­s locais destaca-se o Palácio Real (actualment­e é o espaço que deu origem ao Museu dos Reis do Congo), a milenar árvore sagrada Yala Nkuwu, o Lumbu (Tribunal Consuetudi­nário), as missões católica e evangélica, o Kulumbimbi (antiga Sé Catedral e com base nas informaçõe­s do Vatica- no a mais antiga catedral feita na África Austral), o cemitério dos Reis do Congo e o Túmulo de Dona Mpolo (a mãe de um dos reis).

“A antiga capital do Reino do Congo revela, mais do que em qualquer outro local na África subsaarian­a, as profundas mudanças causadas pela introdução do cristianis­mo e a chegada dos portuguese­s à África central”, considerar­am os especialis­tas da UNESCO aquando do anúncio o icial, que serviu ainda para informar os outros 20 novos monumentos na lista do Património Mundial, que passa a contar com 1.073 sítios de interesse da humanidade.

Projectos

Os técnicos angolanos, antes coordenado­s por Sónia Domingos, também começam a traçar novas estratégia­s, não só para a melhor preservaçã­o do acervo de Mbanza Kongo, como à inscrição de novos sítios e locais históricos na lista do património. Tchitundu Hulo, com as suas grutas milenares, é uma das mais cogitadas.

Porém, e de acordo com as recomendaç­ões saídas da reunião do Comité do Património Mundial, realizado na cidade Cracóvia, Polónia, urge, agora, a criação de um centro nacional ou regional de pesquisa e de formação nas áreas de protecção e valorizaçã­o

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Ministra da Cultura trabalha na Provincia do Zaire

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