Jornal Cultura

MBANZA KONGO RECEBE DIPLOMA DE PATRIMÓNIO MUNDIAL DA UNESCO

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A cidade angolana de Mbanza Congo recebeu dia 8, na sede da Unesco em Paris, o seu diploma de Património Mundial. Pela ocasião, a ministra da cultura de Angola, Carolina Cerqueira sublinhou que a inclusão de Mbanza Kongo como património da humanidade, representa um trabalho exaustivo de dez anos, apoiado por vários países africanos e não só. Portugal, Brasil e França também contribuír­am para que os vestígios da capital do antigo Reino do Kongo, existente antes da chegada dos portuguese­s, se tornem de agora em diante um património histórico universal.

Segundo notícia avançada pelo jornalista L. Silva, da RFI, na sua qualidade de ministra da Cultura de Angola, Carolina Cerqueira recebeu no dia 8 de Setembro, na UNESCO em Paris ,o diploma que certi ica a inscrição da cidade angolana de Mbanza Kongo, como património mundial. No decurso da sua intervençã­o, a dirigente angolana, destacou os dez anos de trabalho e a colaboraçã­o com países africanos, designadam­ente a República do Congo , a República Democrátic­a do Congo, o Gabão, (território­s do antigo Reino do Kongo ) para que Mbanza Kongo, capital de um dos reinos mais poderosos de África entre os séculos 14 e 19 se tornasse um Património Mundial.

Carolina Cerqueira sublinhou que os países de língua o icial portuguesa (Brasil e Portugal entre outros) apoiaram a candidatur­a da cidade situada na província angolana do Zaire, como sendo a de todos os Estados lusófonos. Através do seu conhecimen­to na área, a França, de acordo com a ministra da Cultura de Angola, também deu um importante contributo para a inclusão de Mbanza Kongo no Património Mundial.

Dez anos de exaustiva colaboraçã­o entre Angola, várias entidades e países, culminaram no dia 8 de Julho de 2017 em Cracóvia com a inclusão de Mbanza Kongo no património mundial, bem como na entrega, a 8 de Setembro em Paris, do diploma que con irma o novo estatuto da capital do antigo Reino do Kongo.

Em declaraçõe­s à RFI, a ministra da Cultura angolana, Carolina Cerqueira resumiu a importânci­a do trabalho que transformo­u a candidatur­a de Mbanza Kongo numa realidade histórica universal.

Situada num planalto a 570 m de altitude, Mbanza Kongo foi a capital política e espiritual do Reino do Kongo, assim como um dos maiores Estados de direito na África austral entre os séculos XIV e XIX da nossa era .

O centro histórico da cidade angolana desenvolve­u-se em redor do Palácio Real, do Tribunal consuetudi­nário e da árvore sagrada, bem como dos lugares funerários reais.

Quando os portuguese­s chegaram à região no século XV , transforma­ram a con iguração urbana e arquitectó­nica de MBanza Kongo, através da construção de edi ícios baseada em métodos europeus , mas com materiais locais. De acordo com os especialis­tas, Mbanza Kongo , ilustra, mais do qualquer outro lugar na África subsaarian­a, as mudanças profundas ocasionada­s pela introdução do cristianis­mo e a chegada dos Portuguese­s na sub-região da África central.

A directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, considerou no dia 8 de Setembro que a inclusão de Mbanza Kongo como Património Mundial representa o início de um processo, de gestão, valorizaçã­o e educação.

Na sua intervençã­o em Paris, a ministra da Cultura angolana, Carolina Cerqueira realçou que, no âmbito da diplomacia cultural, Angola vai propor a criação de uma cadeira de ensino à escala da África, sobre a história de Mbanza Kongo e do Reino do Kongo.

Segundo Carolina Cerqueira, Mbanza Kongo é também um re lexo da história recente do Estado angolano, que tem como objectivo fazer da antiga capital do Reino do Kongo, uma zona de desenvolvi­mento sustentado, como refere a nota da RFI.

Mais três candidatur­as

A ministra da Cultura de Angola, Carolina Cerqueira, anunciou que a UNESCO aceitou os processos de candidatur­a da cidade de Cuito Cuanavale, do corredor do rio Kwanza e das gravuras de Tchitundu-Hulu a património da humanidade.

O anúncio foi feito em Mbanza Congo, província angolana do Zaire, durante a cerimónia de apresentaç­ão local da declaração de património da humanidade das ruínas do centro histórico da cidade, antiga capital do Reino Congo, a primeira classi icação do género atribuída a Angola por aquela Organizaçã­o da ONU para a Educação, Ciência e Cultura.

"Angola já avançou, através do Ministério da Cultura, para a inscrição de três novos sítios, que foram já aceites pela UNESCO. A inscrição das pinturas rupestres do Namibe, de Tchitundu-Hulu, o corredor do Kwanza, que está ligado ao roteiro da escravatur­a, e a cidade do Cuito Cuanavale, que é um símbolo e uma referência da paz, do diálogo e da reconcilia­ção nacional", enfatizou a ministra.

Segundo Carolina Cerqueira, estas três propostas "foram aceites para inscrição pela UNESCO", pelo que Angola vai agora "trabalhar nesses dossiês", para "poder ter resultados positivos".

"Gostaríamo­s de salientar que foi recebido com muito apreço e com muito interesse, sobretudo a inscrição da cidade do Cuito Cuanavale, porque a paz, o diálogo, a fraternida­de entre os povos, é um dos apanágios da UNESCO e está ligado ao seu trabalho de património imaterial", explicou.

Segundo Carolina Cerqueira, a aceitação de mais três candidatur­as de Angola indica que as mesmas cumprem os pressupost­os da UNESCO para iniciar análise, cabendo agora ao Governo angolano começar a trabalhar nos pressupost­os das mesmas, antes de serem levadas à discussão inal da Comissão de Património Mundial daquela organizaçã­o, para inscrição.

"Futurament­e", disse ainda, podem avançar outras propostas junto da UNESCO: "Angola é rica em monumentos, em sítios, de rituais, de danças, como o semba e o kuduro, que são nossos. Serão mais-valias nossas".

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Ministra exibindo o diploma com o embaixador na UNESCO e o secretário de Estado das Rel. Exteriores, Manuel Augusto
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Ministra à conversa com a Directora da UNESCO

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