Jornal Cultura

HORÁCIO DÁ MESQUITA O KWANZA NA ARTE DA CERÂMICA

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O ilustrador da moeda nacional, Horácio Dá Mesquita, apresenta, desde 19 de Julho, na sala de exposições temporária­s do Museu da Moeda, um vasto acervo de peças cerâmicas, inspiradas na moeda nacional (Kwanza).

O artista angolano, divide com o público a riqueza que o país oferece, desde a matéria-prima até à fabricação de elementos decorativo­s e construtiv­os.

O material exposto representa a arte cerâmica dos diversos pontos do território nacional, e cada uma das peças reúne diversas técnicas e distintas pigmentaçõ­es, texturas e incisões, quer sejam elas geométrica­s, igurativas ou simplesmen­te decorativa­s, que podem visivelmen­te ser encontrada­s nas notas da família Kwanza e moedas metálicas, sendo o produto resultado de um trabalho árduo que perdurou de um ano.

O artista plástico, aludiu que “a inspiração na escolha da moeda nacional deveu-se ao facto de a moeda também ser inspirada e possuir ferramenta­s que os antepassad­os já haviam deixado, consideran­do- as como uma inércia” e que a referida exposição poderá servir como uma lição não só para os angolanos, bem como para todos aqueles que exportam tais matérias para o País, alertando que “os seus dias estão contados” devido à matéria- prima que possuímos ser de qualidade superior ao que se importa.

Todo o material em exposição re lecte apenas a região do Bengo, mas que está nas pretensões do artista a exploração de outras áreas do País, sublinhand­o que “há algumas di iculdades em trazer os caulinos do Lubango, são os melhores caulinos do mundo, e os japoneses tiravam daqui e faziam porcelana deles. Não há razão nenhuma para importamos tal material”.

Das peças expostas, pode-se veri icar que algumas representa­m os símbolos nacionais, como por exemplo Mwana Pwó, máscara da cultura tchokwé, peças que fazem parte do vasto mosaico social e cultural de Angola. Esta exposição vêm igualmente partilhar com o público, a riqueza que o país ofere- ce, desde a matéria-prima até a fabricação de elementos decorativo­s e construtiv­os, os azulejos, tendo a cultura nacional como ponto central.

Em declaraçõe­s à Angop, o criador salientou, que as peças de cerâmica expostas foram feitas no espaço de um ano, e nelas “podemos apreciar os motivos presentes no Samanyonga (pensador), no Sanza Cokwe, no Mulondo, no Mukwale, e no Kissange, que o torna cada peça ora exposta singular e de indiscutív­el valor“, a irmou.

Entre as várias peças cerâmicas expostas no Museu da Moeda, podemos encontrar moringue, cabaças, candeeiros, azulejos em relevo, mural de azulejos e tigelas. O artista utilizou o quartzo castanho, dolomite, argila vermelha, caulino em estado puro e caulinite, entre outros, de origem nacional, precisamen­te da província do Bengo.

BIOGRAFIA DE DÁ MESQUITA

Horácio Dá Mesquita nasceu na província de Benguela em 1953. Frequentou a escola Bordalo PinheiroCe­râmica, em Portugal, tendo estagiado na fabrica de cerâmica SECLA, especializ­ando em cerâmica industrial e tecnologia­s termodinâm­icas.

Em 1980, na Academia de Artes Poto-Poto de Brazaville (RDC ), troca conhecimen­tos estéticos da cultura Bantu. De regresso a Angola dedica se à actividade de cerâmica, para além de ilustraçõe­s de selos para os Correios de Angola, cartões de recarga telefónica e notas/moedas para o Banco Nacional de Angola.

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No momento da inauguraçã­o, com o governador do BNA e o secretário de Estado da Cultura
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