CABO VERDE CRIA PLANO NACIONAL DE LEITURA
O Governo de Cabo Verde anunciou no passado dia 12 de Dezembro a criação de um Plano Nacional de Leitura, com um conjunto de estratégias e acções para aumentar os níveis de literacia e os hábitos de leitura e escrita no país.
O Governo de Cabo Verde anunciou no passado dia 12 de Dezembro a criação de um Plano Nacional de Leitura, para aumentar os níveis de literacia e os hábitos de leitura e escrita no país.
OPlano Nacional de Leitura é uma iniciativa do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e do Ministério da Educação, que serão responsáveis pela sua concepção, desenvolvimento, seguimento e avaliação.
Durante a assinatura do despacho conjunto com a sua homóloga da Educação, Maritza Rosaball, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas cabo-verdiano, Abraão Vicente, sublinhou que o plano vem dar resposta aos baixos níveis de literacia no país, mas «não é uma lista de livros».
O governante avançou que é um conjunto de estratégias e acções para desenvolver competências no domínio da leitura e da escrita, bem como alargar e aprofundar hábitos de leitura na sociedade cabo-verdiana, com maior incidência na população escolar.
Entre as acções estará a promoção da leitura em ambiente escolar, de forma orientada na sala de aula, bem como outros projectos orientados para o contexto da escola, da família, das comunidades locais e população em geral.
«Pensar a educação e a cultura como eixos de governação pressupõe assunção da leitura como prioridade nacional e política, tomando esta competência como básica para o acesso plural ao conhecimento e ao enriquecimento cultural», enfatizou Abraão Vicente, sublinhando o «momento simbólico" e a parceria óbvia» com o Ministério da Educação.
O plano será desenvolvido por uma equipa coordenada pela Biblioteca Nacional, tutelada pelo Ministério da Cultura, que na implementação das actividades irá envolver as escolas, bibliotecas municipais, universidades, centros de formação, autarquias, ONG` s, comunicação social e toda a sociedade civil.
Abraão Vicente disse que o plano será «contínuo e constante», mas será sempre alvo de «adaptação».
O ministro indicou ainda que a implementação do plano de leitura irá implicar a organização de bibliotecas, dos jardins infantis às universidades, inserção de momentos de leituras diária, jogos e actividades lúdicas de contacto com o livro, feiras de livro, concursos, semanas de leitura e de autores cabo-verdianos.
Abraão Vicente pediu também envolvimento das famílias e encarregados de educação, considerando que devem introduzir «dinâmicas» no sentido de o livro ser um objecto de uso diário, contribuindo para o desenvolvimento psicológico e intelectual da criança.
«O livro não pode ser um objecto raro na vida das crianças e dos adolescentes. Pelo contrário, deve ser um objecto tão corriqueiro como um telemóvel e as novas tecnologias e temos que introduzir o livro no contexto onde as crianças estão», disse o governante.
O plano irá promover encontros das crianças com escritores, no sentido de terem «contacto amplo» também com os ilustradores, prosseguiu Abraão Vi- cente, considerando, por isso, ser importante a publicação de livros infantis.
Abraão Vicente informou que, no âmbito do plano, o Ministério da Cultura está a fazer uma «intensa campanha» internacional para adquirir livros e depois doá-los às bibliotecas do país.
Por sua vez, a ministra da Educação, Maritza Rosaball, considerou que a assinatura do despacho conjunto é o culminar de um processo iniciado há alguns meses na procura de parcerias e criação de condições para se avançar com o Plano Nacional de Leitura. «O plano visa trabalhar para que a leitura seja um elemento fundamental no desenvolvimento das crianças, adolescentes e população em geral», sublinhou a ministra, entendendo ser um «grande desa io» a longo prazo para o país, que actualmente apresenta baixos níveis de leitura.
«A leitura constitui uma das principais formas de fazermos desenvolver a cultura, mas também a educação, porque é uma competência básica que levamos para toda a vida», notou Maritza Rosaball, anunciando criação de condições nas escolas para desenvolver o «gosto pela leitura».