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ANGOLA EXPÕE NA UNESCO PINTURA SOBRE MBANZA KONGO

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om o tema “O factor da nossa integração regional na África Central”, dez embaixador­es africanos acreditado­s junto da UNESCO apreciaram a exposição realizada pela Representa­ção de Angola junto da UNESCO, no passado dia 19 de Fevereiro, com obras do pintor angolano David Mvuluba, na sede daquela organizaçã­o da ONU, em Paris. A exposição do pintor, patente na UNESCO, retrata as ruínas da catedral Kulumbimbi, ou Igreja de São Salvador do Congo, em Mbanza Kongo, capital o antigo Reino do Kongo.

Kulumbimbi é a primeira igreja construída na África subsaarian­a, por missionári­os católicos que faziam parte da primeira expedição portuguesa liderada por Diogo Cão, e que chegou a Angola em 1482. A lenda diz que o templo foi construído de pedra e cal, durante uma noite. Hoje está em ruínas. A igreja está localizada no centro da cidade de Mbanza Congo, ao lado do cemitério dos reis do Congo.

Os trabalhos de construção da igreja de Kulumbimbi foram executados entre seis de Maio e seis de Julho de 1491. As ruínas têm despertado o interesse de especialis­tas nacionais e estrangeir­os, pela raridade do seu aspecto arquitectó­nico.

A igreja foi arrasada pelo tempo e desaparece­ram os seus apetrechos. Hoje resta apenas o altar.

De recordar que o centro histórico de Mbanza Congo foi declarado Património Mundial da Humanidade no dia 8 de Julho do ano passado, durante a 41ª sessão da Comissão sobre o Património Cultural da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O projeto "Mbanza Congo, cidade a desenterra­r para preservar", que tinha como principal propósito a inscrição desta capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património da UNESCO, foi o icial- mente lançado em 2007.

O centro histórico de Mbanza Congo, na província do Zaire, no norte de Angola, está classi icado como património cultural nacional desde 10 de junho de 2013, um pressupost­o indis- pensável para a sua inscrição na lista de património mundial.

A candidatur­a de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitame­nte organizado aquando da chegada dos portuguese­s, no século XV, uma das mais avançadas em África à data.

O PATRIMÓNIO

A área classi icada envolve um conjunto cujos limites abrangem uma colina a 570 metros de altitude e que se estende por seis corredores. Inclui ruínas e espaços entretanto alvo de escavações e estudos arqueológi­cos, que envolveram especialis­tas nacionais e estrangeir­os.

Os trabalhos arqueológi­cos realizados no local envolveram a medição da fundação de pedras descoberta­s no local denominado "Tadi dia Bukukua", supostamen­te o antigo palácio real.

Passaram igualmente pelo levantamen­to da missão católica, da casa do secretário do rei, do túmulo da Dona Mpolo (mãe do rei Dom Afonso I, enterrada com vida por desobediên­cia às leis da corte) e do cemitério dos reis do antigo Reino do Congo.

Dividido em seis províncias que ocupavam parte das atuais República Democrátic­a do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, o Reino do Congo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residência­s.

O relatório votado no ano passado pela UNESCO recomendou a colaboraçã­o com outros países na identi icação de outros locais e pontos do interesse do antigo Reino do Congo e da rota dos escravos de África para a América, com potencial para serem inscritos na lista de património mundial.

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Embaixador­es da África Central presentes na exposição
 ??  ?? Autor da exposição (à esquerda) apresenta o seu trabalho
Autor da exposição (à esquerda) apresenta o seu trabalho
 ??  ?? Obra de David Mvuluba
Obra de David Mvuluba

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