LUÍS KANDJIMBU REVELA
“ACASOS & MELOMANIAS URBANAS”
No quadroo da parceriapar entre Editora Acácias, Movimento Lev’arte e Camões/Centroo Cultural Português, a colecção “Troncos da Literatura Angolana” ngolana” editou a obraa mais rrecente do escritor Luís uís Kandjimbu, “Acasoscasos & Melomanias Urbanas”,nas”, que foi lançada no dia 22 de Março M de 2018 no Camões.
No quadro da parceria entre Editora Acácias, Movimento Lev’arte e Camões/Centro Cultural Português, a colecção “Troncos da Literatura Angolana” editou a obra mais recente do escritor Luís Kandjimbu, “Acasos & Melomanias Urbanas”, que foi lançada no dia 22 de Março de 2018 no Camões.
A publicação de Acasos E Melomanias Urbanas, segundo Luís Kandjimbu, resulta de uma disposição testamentária de um autor desconhecido, que nutria por Luís Kandjimbu uma tão grande admiração, que chegava a plagiar-lhe o estilo e apropriar-se do seu nome, acalentando também o desejo secreto de se apropriar sua identidade e personalidade. É esta igura, rodeada de mistério, que, através de uma disposição testamentária, entrega a Luís Kandjimbu o original da obra para publicação, que deverá ter o seu nome inscrito na capa do livro, devendo considerar-se, para todos os efeitos, autor da obra, ainda que em violação do direito de autor. As estórias do livro são narradas na primeira pessoa, porque o autor real quis criar uma personagem que tivesse muitas semelhanças com Luís Kandjimbu.
As receitas do livro, segundo a mesma disposição testamentária, deverão reverter para aquisição de mais livros para prosseguir o sonho de Luís Kandjimbu de “difundir o gosto pela prática do ensaio, o género literário germinal, que no princípio do século XX, serviu para defender a dignidade e a honra desta terra”.
Para a publicação da obra foi determinante o repto lançado por um internauta, Sunday Ndjeke Kamu ingo, sem nenhuma obra publicada, residente em Ngalengin, Centro-Este de Angola, onde desenvolve actividade como pastor da Igreja Congregacional e criou um Centro de Estudos das Religiões Tradicionais. Neste apelo diz: “por favor empunhe novamente a sua caneta. Escreva livros para que os possa ler aqui com outros olhos. Continue a escrever nos jornais sobre ideias, literaturas, iloso ia, arte , cinema de África (…). Sei que teme ser atacado pelos que não gostam do que diz. Meu caro amigo, permitame que lhe trate assim, o país que queremos e que é nosso deve ser feito por vozes discordantes, sem unanimismos. Não é verdade que ao caos aparente subjaz alguma ordem?”
Luís Kandjimbo considera que “esta obra será a forma de corresponder à irresistível necessidade de escrever. Vem enterrar o irregular silêncio”.
Em Abril 2002, por mais um acaso do destino, foi encontrado um manuscrito de papel, escrito por um autor anónimo, internado na Psiquiatria de Luanda, que apelava à re lexão e disseminação de 3 ideias centrais: A geração de escritores, militares e políticos, que partilham memórias, história, cultura e destino; a semântica do conceito de paz; a inserção do direito à paz na gramática constitucional.
NARRATIVAS DA MÚSICA ANGOLANA
Depois destes ACASOS introdutórios, que poderão duplicação de personalidades do criador literário, a obra espraia-se numa viagem pela história da música popular urbana angolana, entre as décadas 60 e 70. Sem deixar de fora contextos gramaticais dramáticos e alguns episódios pitorescos, o Autor relembra, ao detalhe, grupos e iguras marcantes na música popular urbana de Angola, particularmente de Benguela. Os grupos Ngoma Jazz, Ngola 74, The Lovers, Bongos, Jovens do Prenda, Águias Reais, Trio Madjesi, Merengues, África Ritmos, Kiezus, Two AH, Cabinda Ritmos e Super Coba. Os guitarristas Botto Trindade, Zé Kenu, Zeca Tyrilene e Carlitos Vieira Dias. Os cantores Urbano de Castro, Tadadidi Mário, Tiny, Carlos Lamartine, David Zé, Carlitos Vieira Dias, Vate Costa, Mingo, Gino, Marito e Nito são evocados, entre muitos outros nomes.
O autor da obra concluiu que “A história da música angolana não pode ser feita só de biografias. É preciso escrever narrativas e explicar. Será necessário acrescentar fotografias que tenham registado o processo de criação musical, os espectáculos, as danças, e os comportamentos dos pares dançantes nos salões, a produção fonográfica “(…)”
SOBRE O AUTOR
Luís Kandjimbu nasceu em Benguela em 1960. Poeta, ensaísta e crítico literário, é membro da União dos Escritores Angolanos e da Associação para o Estudo das Literaturas Africanas de Paris (APELA). Professor da Universidade Metodista de Angola, onde lecciona disciplinas da área das Literaturas, nomeadamente, Introdução aos Estudos Literários, Literatura Angolana, Literaturas de Língua Portuguesa ( Literaturas do Brasil, Cabo Verde, Guiné- Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Portugal), Teoria da Literatura e Crítica Textual. Tem- se ocupado da divulgação e investigação das Literaturas Africanas e da História da Literatura Angolana.
Os seus domínios de interesse estendem-se aos Estudos Africanos em geral, cobrindo especialmente a Filoso ia Africana, a História de África, a Teologia Africana, a Linguística Africana, a Antropologia, a Teoria da Literatura e a Critica Literária. Prepara actualmente o Doutoramento em Estudos de Literatura na Universidade Nova de Lisboa.
Foi Conselheiro Cultural da Embaixada de Angola em Portugal e Vice-Ministro da Cultura do último governo da II República.
Além da participação em congressos, colóquios e conferências internacionais, tem colaboração dispersa em diversas publicações angolanas e estrangeiras (Alemanha, Áustria, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, França, Moçambique, Nigéria e Portugal).
Obras Publicadas
1988 – “Apuros de Vigília – Ensaio e Crítica”, UEA, Apologia de Kalitangi (Ensaio e Crítica), Luanda, INALD;
1997 – “A Estrada da Secura” (poesia) (Menção Honrosa do Prémio Sonangol de Literatura), Luanda, UEA;
2000 – “O Noctívago e Outras Estórias de um benguelense” (Contos), Luanda, Nzila; “De Vagares a Vestígios” (Poesia), Luanda, INIC;
2003 – “Ideogramas de Ngangi” (ensaio), Novo Imbondeiro;
2011 – “Ensaio para Inversão do Olhar da Literatura Angolana à Literatura Portuguesa”.
Durante mais de uma década foi o único crítico literário angolano que manteve uma página da Internet consagrada à literatura angolana.