“TEMPLO DE AQUÁRIO” TEATRO CONTEMPORÂNEO QUESTIONA HISTÓRIA DE ÁFRICA
No 25 de Julho, o Instituto Camões de Luanda albergou a estreia em Angola da peça de teatro "Templo De Aquário", uma colaboração entre as companhias Marabout Théâtre (RDC), Théâtre de la Communauté (Bélgica) e Grupo Takinga (Angola).
A vinda da companhia de teatro da RDC resultou de uma sugestão insistente de Agnela Barros, mulher dedicada ao Teatro e à critica das artes, sugestão essa bem acolhida pela Alliance Française Luanda, que em colaboração com o Centro Camões, o Teatro Elinga e o ANIM'ART - Centro de Animação Artística do Cazenga levaram o espectáculo teatral e musical ao palco.
O público presente no Camões pôde deliciar- se com uma peça inédita em Angola, apresentada em português, francês e kikongo, a provar a excelência do grupo Marabout da RDC, que apenas chegara a Luanda às 2 horas da manhã do mesmo dia da apersentação.
Segundo a nota da Alliance Française, “a mistura de línguas favorece a integração entre os diversos públicos e as diversas comunidades. Além das apresentações, os actores irão ministrar o icinas no curso de artes cénicas do CEARTE.
A peça aborda a herança comum do Reino Kongo, a problemática das fronteiras criadas pelo colonialismo, dos movimentos migratórios causados pela miséria e os con litos armados. As temáticas são abordadas através da história de Parzuria, ilha de M’bor a Tseu e Alfonsina, que se conhecem fora das suas respectivas fronteiras, casam-se sem desvendar as suas verdadeiras origens mas têm que ser repatriados em função da guerra.
Sob a direcção do Prof. Nzey Van Musala e duração de 1 hora e 15 minutos, a peça Templo de Aquário surge ao encontro da problemática actual das migrações no continente africano, principalmente as migrações devidas aos con litos armados duradoiros, mas também sugere uma re lexão sobre o arti icialismo das fronteiras legadas pela Conferência de Berlim de 1885, que dividiram o povo e famílias Bakongo, Baluba e Tshokwe em dois países soberanos.