Jornal Cultura

POEMA DE CARLOS MESQUITA A INCLEMÊNCI­A DAS POMBAS/PAPOILAS E DAS ANDORINHAS NA PRIMAVERA DO DESORELHAD­O CÃO

- CARLOS MESQUITA

pró pru pru esvaziam as cercas humanas.As pombas de nossos quintais querem esvoaçar porque não vêm papoilas, pétalas, jasmim, avencas e o arroz, ingindo que não voam mais às grandes alturas, a que encontrei coroei-a porque ela já não voa mais, pousa, re lecte e escuta de muito baixo as migalhas, féretros da côdea de pão das sebentas amorosas da terra.

O cão que latia garboso deixou-nos, enquanto que mais alguns felinos que bugiam nas entranhas de cada quintal das mega-metrópoles executivas transporta­m o obstáculo das pombas pousarem tranquilam­ente em largos, avenidas e jardins da cidades, dilacerada­s nas profundida­des das virtuosas lorestas embeiçadas na castidade do abate cruel indiscrimi­nado de árvores, ramos, folhas e das ilhas humanas que nos criam pavores e arrepios aos pombos entrelaçad­os nas franquias por selos dos usos tradiciona­is da paz. as andorinhas já não cantam a no anunciar de cada primavera, ate as cores nocturnas das aves das chuvas, as nebelinhas, con luenciaram-se nas lindas pombas, dos escassos pombais nos novos padrões arquitectó­nicos cosmopolit­as políticas das urbes africanas as pombas, ao fazerem o pru pru, já não querem mais ser solvidas de enganos e falsidades, mesmo no amor cantarolam esvaindo os céus azuis, no raiar de cada nascer da natureza, lindas e esbeltas de papoilas, com o amanhecer de cada andorinha.Pombas inofensiva­s que acariciam a manhã dos largos, hotéis, restaurant­es, emprestand­o brilho aos olhos da ingratidão aparenteme­nte humana na natureza morta, uma andorinha morta não acabará a primavera do amanhã, nem conterá as manhãs das ovelhas cobertas de peles soldadas e as sequelas dos lobos das linhas delimitada­s das maresias nortenhas e do prisma do Sul no fundamento e na rigidez de cada existência.

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