O contributo dos jovens cidadãos para odesenvolvimento e sustentabilidade das comunidades locais
A nossa re lexão tem como objectivo central, o contributo e o ideal de membro e sócio da arquitectura organizacional e funcional da polis, seja rural, urbana, peri-urbana ou mesmo "sectorial".
H á quem fale de con litos de gerações, chegando a acusar alguns jovens de irresponsáveis e imediatistas, olvidando que todos os jovens são testemunhas do que receberam dos adultos: uma sociedade com raros valores sociais, políticos, educacionais, familiares e com uma profusa difusão de seitas enganosas que só querem extorquir dinheiro dos seus pobres crentes, etc.
Ser jovem tem sido nos tempos actuais uma aventura com vários traumatismos, desde o número de graduados sem empregos, por isso, tornam-se vítimas fáceis da droga, prostituição, trá ico humano para trabalhos forçados e de escravidão, sendo que vamos formando uma sociedade onde se apaga o sentido e inalidade da vida, da família e vai-se vivendo do imediato, ilusionismo e alienação do sonho de felicidade prazerosa!
QUE FAZER?
Há que ser criativos e não se deixar morar nas curvas do abismo nem da procura dos algozes ou dos fragmentos do passado que jamais será! É preciso buscar a partir dos retalhos do bem, da criatividade e da arquitectura do bem comum, valências que se pode recomeçar sempre com voluntariado e cooperação mútua o ideal de sociedadeque produz, transforma e distribui.
Anossa re lexão tem como objectivo principal, o panegírico do contributo da juventude enquanto membro da polis (cidade, sociedade ou então comunidade), espaço onde ela realiza e manifesta a sua presença na organização da mesma. No con lito de gerações, a juventude é vista como franja irresponsável, imediatista e sem contributo social. O jovem cidadão é aquele que coopera na organização da sociedade sólida e auspiciosa. Participa na resolução dos problemas da comunidade e re lecte sobre ela. O jovem cidadão africano angolano, não está ausente desta realidade. Ele contribui moral, academica, tecnica, religiosa, pro issional e politicamente para o desenvolvi- mento e a sustentabilidade da comunidade onde ele mesmo está inserido. Este jovem enquanto quadro local, merece uma atenção urgente para que contribua arduamente para o desenvolvimento da comunidade e saiba buscar na sua cogitação as ferramentas necessárias para a sua sustentabilidade.
COMO DESENVOLVER UMA COMUNIDADE?
Quem deve, com que critérios, contributos? Qual é a visão que têm os gestores dos recursos humanos no que tange aos quadros locais? Quantos aos desa ios da nova sociedade africana angolana, qual é o impacto da juventude como cidadã? O seu contributo no desenvolvimento e sustentabilidade das comunidades locais, é visível?Jovem: quem é ele? Quem é o cidadão Com o surgimento de várias escolas, centros pro issionais e universidades, vários são os jovens que têm apostado na formação, técnico-pro issinoal e humana para a edi icação de uma co- munidade desenvolvida. O jovem cidadão é aquele que participa na organização da polis e na concepção de estratégias que favorecem o desenvolvimento comunitário. O associativismo juvenil é hoje um contributo visível dos jovens cidadão angolanos. Para tal, é urgente que se olhe e valorize a juventude como a força motriz das novas comunidades.
Desenvolve-se uma comunidade com os recursos humanos e outros que, unidos, vão favorecer a sustentabilidade da mesma. Deve contribuir no progresso da comunidade, todo o homem-cidadão que saiba esforçar-se com a sua sabedoria e técnica. É importante que se considere o quadro local, para que haja progresso na comunidade e se reduza o índice de desemprego e a crise económica. O jovem cidadão aposta na mudança da comunidade comacções fecundas e hodiernamente isto é notório.
Durante tempos imemoriais, a delinquência juvenil era a dialéctica da vida e debate permanente. Será apenas a juventude a franja mais desorientada da sociedade? Alguém presta atenção a ela? A irresponsabilidade é apenas característica da juventude ou é o resultado do con lito entre gerações?
Até um certo momento, alguns afirmavam que sim. Mas hoje a juventude angolana tem um contributo fértil nas novas comunidades locais. Dos vários eventos realizados neste país, há sempre uma mão juvenil, é negativo quando se afirma categoricamente airresponsabilidade destes, pois tudo na vida tem uma causa primeira, um pressuposto.
Alberto Cambolo Ngonga Baião é pesquisador, palestrante e poeta. É formado em Filosofia pelo Seminário Maior Diocesano de São Paulo-Uíje. Autor dos livros “A Importância do Perdão na Resolução de Conflitos para o Homem Hodierno” e “Gritos da Alma”. Conta com participações em distintas conferências nacionais e publicou em várias Antologias Internacionais da Comunidade Lusófona. Tem, também, vários artigos publicados em Jornais e Revistas Nacionais e Internacionais. É Membro da Associação dos Jovens Amigos da Literatura. Frequenta, actualmente, o Curso de Pedagogia na Escola Politécnica do Cuango, da Universidade Lueji A Nkonde, na Lunda Norte. Nasceu no dia 21 de Julho de 1989, no Cuango – Lunda Norte.