Grande Prémio para “Se fora eu” da pena de Dino Ferraz com voz de Carla Moreno
A praceta Martin Luther King, o famoso Largo da Lac testemunhou na voz de Carla Moreno, o sonho da pena de Dino Ferraz, o compositor de "Se fora eu" que venceu a 26ª Edição do Festival da Canção de Luanda. Numa festa onde a Rádio esteve no centro coube a António Fonseca, o director e apresentador do "Antologia", o programa radiofónico mais antigo da Rádio Nacional, a entregar o principal troféu.
Com "Se fora eu", a sétima voz das tradicionais dez apostas dos compositores que concorrem apostam convenceu o corpo de jurados, arrebatando não apenas o prémio principal, Melhor Canção, assim como a de melhor produção. Carla Moreno é uma voz promissora em projectos musicais em várias vertentes. A sua participação no concerto temático de vozes femininas do Show do Mês atingiu um público mais exigente. Esta não foi a sua primeira passagem pelo Festival da Canção da Lac, assim como Dino Ferraz, o compositor que na 18ª edição do Festi- val venceu com um tema de Totó St. A jovem Tyller, com "Voa", uma composição de Né Gonçalves, conquistou o prémio de Melhor Voz. Nesta edição, as vozes femininas conseguiram dar vitórias aos compositores. Coube a Calabeto, o Kota Bwé, a primeira composição em concurso "Manu Ndayé" interpretada por Josina Neto que icou com o prémio Lac-Unitel, categoria cujo voto é popular. Konstantino Chitato, com a canção de sua autoria "Matondorinho", foi considerado como tendo a Melhor Interpretação.
Numa edição que, de acordo com os seguidores e participantes de edições passadas, icou marcada pela boa entrega das interpretações, Wilder Amaro, que começou como baixista dos The Kings, não desiludiu com o tema autoral "Nossa Senhora de Monte", assim como Márcia Augusto, com "Comportamento". Kizua Gourgel, músico com forte ligação à estação, esteve representado por Stélvio Hélio em “Ilha". O homem de desliza, Paulo Matomina, teve a sua composição "Eu era feliz e não sabia", na voz de Cláudia Wine.
A presente edição contou ainda com um tema de Adalberto Kulanda, Jeff Brown dos SPP, com "Suku Yange" um gospel nas vozes de Jlourenzo e Jordânia e Heróides Domingos com a "Ritmo de Luanda" de Kahina Ferreira.
Aproveitando a presença de Ndaka Yo Wiñi "Voz do Povo", o festival decorreu sob o lema “10 compositores, a voz do povo em ritmos que reinventam a nossa ancestralidade" e Raúl Fernandes, Lito Costa, Marta Santos e Alcino Semedo izeram parte do corpo de júri.
Foi interessante a homenagem feita às principais vozes da rádio e a recuperação de programas como "Azimute", "Boa Noite Angola","Reencontrar África", “Peça que nós transmitimos" e outros da RNA, tida também como rádiomãe e onde despontaram o trio Maria Luísa Fançony, Mateus Gonçalves e José Rodrigues, que em 1992 iniciaram este projecto empresarial de comunicação social. A simulação do programa mais antigo da Lac, “Bom Dia, Bom dia” não passou despercebida e permitiu que outras vozes da rádio pegassem no microfone, para a edição no palco do Festival.
A edição de 2018, à semelhança da anterior, iniciou com o convidado especial que foi Ndaka Yo Wiñi que interpretou temas como "Tchove Tchove", "Sambombwa"", "Vakale , "Pasuka" dentre outros do seu álbum de estreia "Olukwembo".
O tradicional musical do Festival da Canção foi dedicado a temas relacionados com a rádio como "Piô Piô", de Bonga, "Nossa Música", de Heavy C, "Maratona Musical", de Dionísio Rocha, "Rádio", de Paulo Flores e Prodígio, "Subeme la Rádio" de Enriques Iglésias, "Loucos", de Matias Damásio e "Rádio Gagá", de Fredy Mercury. Encenado por Anabela Aya e produzido por Livongue deram voz ao musical Dom Caetano, Patrícia Faria, Legalize, Chris, Félix e a encenadora. Mais uma vez o Ballet Tradicional Kilandukilo esteve em palco.
À margem do Festival da Canção, a emissora realizou a Feira da Lac, diferente das primeiras edições que eram dos eventos mais esperados em Setembro. Na feira existiram momentos de música ao vivo nos showcases com Kizua Gourgel, Toty S`amed, Selda, Anabela Aya e Sandra Cordeiro.