O estilo é o próprio homem
Buffon (George-Louis Leclerc), que ele empregou no seu discurso de recepção na Academia Francesa, a 25 de Agosto de 1753. Foi uma a irmação muito controversa no seio da crítica literária da época, mas pouparei a paciência do meu eventual leitor aduzindo, para simpli icar, uma passagem de um interessante ensaio do reputado investigador Artur Morão, que neste caso julgo aplicável:
“A beleza do estilo concerne, pois, ao travamento interno das ideias e à sua potência de verdade em torno de um tema nuclear; diz respeito ao movimento e à coerência das razões, à pertinência e ensambladura (!) lógicas da argumentação e da descrição do objecto, à arquitectura de um plano que se vai transformando em obra, e não tanto ao carácter literário.”
Até que ponto a convergência destes requisitos, alegadamente produtores de “beleza”, leva ao estabelecimento de um padrão normativo, tanto serve ao discurso académico de um professor universitário como ao discurso literário de um escritor de romances ou mesmo ao discurso ‘temperado´ de um cronista de jornais. Donde: cânone, como modus faciendi, só mesmo o de norma eclesiástica…
Quanto a modelos, há tantos quanto o permitem a imaginação e a arte. Imaginação para compor ou recompor o real, arte para com a palavra certa comunicar a mensagem ou sentido desejados - como o pintor usa o desenho e a cor para transmitir a sua própria visão no objecto exposto. Assim procederam os escritores Mário de Andrade e Guimarães Rosa no Brasil, Luandino Vieira e Wanhenga Xitu em Angola, ou Mia Couto em Moçambique, como muitos outros autores notáveis, em várias épocas, que não adoptaram o