Jornal Cultura

TELÁFRICA cinema africano em Luanda

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M iguel Hurst lançou em Luanda, desde Novembro passado, o projecto TELAFRICA sessões de cinema africano, que representa para o actor um desejo, uma paixão, talvez mais uma obrigação de fazer jus a esta linguagem que no continente africano tem uma expressão maior.

O cinema africano tem dado os seus passos no mundo da sétima arte. Desde 1967 que ilmes do continente têm estado presentes nas maiores manifestaç­ões do cinema mundial. Realizador­es da Argélia, da África do Sul, de Angola, do Burkina-Faso, da Guiné Bissau, da Mauritânia da Nigéria e de outros países, têm levado a arte das imagens em movimento africanas a serem celebradas no mundo inteiro.

TELÁFRICA é uma iniciativa que tem vindo a mostrar essas imagens ao público angolano para que estes momentos da história africana façam parte da memória ciné ila dos angolanos.

Depois de ter estado presente, nestas duas últimas décadas, em vários festivais de cinema, principalm­ente em festivais no continente africano, Miguel Hurst, actor de cinema e homem ligado às artes cénicas e ciné ilo inveterado, teve a oportunida­de de conhecer e privar com vários realizador­es do continente. Teve o privilégio de ver obras e produções africanas e testemunha­r a qualidade de variados ilmes africanos e de conversar sobre o passado, o presente e o futuro da sétima arte do continente africano. Esteve a dirigir o Instituto Angolano de Cinema e Audiovisua­l (IACAM) durante 6 (seis) anos, foi fundador do FICLuanda (Festival Internacio­nal de Cinema de Luanda) em 2008 e já inaugurou várias mostras de cinema na cidade de Luanda.

Filmogra ia exibida

De 7 de Novembro a 12 de Dezembro, estiveram a passar no espaço aberto do CEFOJOR (Rádio Escola), os seguintes ilmes:

HALF OF A YELLOW SUN (2013), baseado no roamance homónimo de Chimamanda Ngozi, é um ilme nigeriano de Biyi Bandele, sobre a guerra civil no inal dos anos 1960. O ilme cruza um momento determinan­te na história moderna de África com as vidas de cinco personagen­s inesquecív­eis. A breve vida do Biafra enquadra o cresciment­o de Ugwu, um humilde criado de treze anos a quem o mundo se desvendará pela mão do seu senhor, Odenigbo, que, na intimidade da sua casa, planeia uma revolução. Este jovem professor universitá­rio mantém uma relação apaixonada com a bela Olanna, cuja irmã gémea, Kainene, é alvo do amor desesperad­o de Richard, um jovem inglês a braços com sua identidade enquanto homem branco em África. Todos eles vão ser forçados a tomar decisões de initivas sobre amor e responsabi­lidade, passado e presente, nação e família, lealdade e traição. Todos eles vão assistir ao desmoronar da realidade tal como a conheciam devido a uma guerra que tudo transforma­rá irremediav­elmente.DAYS OF GLORY (INDIGÈNES, de 2006), de Rachid Bouchareb conta a história de Abdelkader, Saiïd, Messaoud e Yassir, soldados das colónias francesas que estão na Europa (Segunda Guerra Mundial) para defender uma pátriamãe onde nunca haviam estado antes. Apesar de toda a sua dedicação, devem lidar com o preconceit­o das tropas francesas. Recebeu o Prémio de interpreta­ção masculina, o César de Melhor Roteiro Original, e foi nomeado para Óscar de Melhor Filme Estrangeir­o NHA FALA- A MINHA VOZ ( 2002), comédia de Flora Gomes conta as peripécias de Vita, uma jovem africana que, antes de partir para a Europa para estudar, promete à mãe que jamais cantará, pois uma maldição que se abate sobre a sua família determina que qual- quer mulher que ouse cantar, morrerá amaldiçoad­a. Em Paris, Vita liberta-se inalmente e canta, deixando-se convencer por Pierre a gravar um disco, que se torna um sucesso de vendas imediato. Recebeu o Prémio Lanterna Mágica no Festival de Cinema de Veneza, e o Prémio da Cidade de Amiens no Festival Internacio­nal de Cinema.

NAIROBI HALF LIFE (2012), de David Tosh Gitonga, do Quénia, tem como personagem principal um jovem, de uma aldeia queniana, aspirante a actor, cujo sonho é ser um actor de sucesso na capital. Causando um grande desgosto ao seu irmão e à sua família, ele persegue o seu sonho e vai para a “cidade das oportunida­des”, Nairobi.

TIMBUKTU (2014) é um drama político. de Abderrahma­ne Sissako. Apesar de o Estado Islâmico controlar a cidade de Timbuktu, Kidane e sua família de pastores de gado ainda levam uma vida tranquila morando nas dunas. Mas, em Julho de 2012, sua família tem a rotina alterada irremediav­elmente quando um pescador cruza seu caminho. Tudo começa quando esse pescador mata uma das vacas e, ao tirar satisfação sobre o ocorrido, Kidane acaba matando o homem. Essa situação o torna alvo da facção jihadista, já que, aos olhos dela, Kidane cometeu um crime imperdoáve­l. César de Melhor Filme, César de Melhor Realizador/Palma de Ouro, Óscar de Melhor Filme Estrangeir­o.

TSOTSI (2005) ilme policial, de Gavin Hood. Em Joanesburg­o, depois de roubar um carro, o delinquent­e Tostsi, de 19 anos, descobre que há um bebé no banco de trás. Então ele resolve levar a criança para a sua casa na favela. Óscar de Melhor Filme Estrangeir­o.

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MIGUEL HURST

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