Autoridades tradicionais levantam questões sociais
Oprojecto de divisão administrativa deve respeitar aspectos históricos, culturais, linguísticos para facilitar a integração dos vários grupos étnicos que compõem as regiões que forem afectadas, segundo defenderam académicos e autoridades tradicionais da província do Uíge.
A posição foi manifestada depois do encontro de apresentação das propostas de divisão territorial da província e da auscultação à população sobre o processo de iniciativa presidencial alteração da Divisão Política e Administração (DPA) do Uíge, num pacote que inclui as províncias do Cuando Cubango, Lunda Norte, Malange, Moxico e Uíge, realizada a 23 de Agosto de 2021.
Pedro Kiamesso, professor de História de Angola do Instituto Superior de Ciências da Educação, disse acreditar que os proponentes da divisão territorial poderão salvaguardar os aspectos culturais e históricos dos povos residentes em certas regiões alvo da divisão.
“Acreditamos que este projecto tem como escopo o desenvolvimento económico, porém os aspectos acima mencionados não podem ser descurados pois ao longo da história os povos criaram laços clânicos (de clã), que os aproximam uns e distanciam outros”, mostrando-se esperançado para que sejam ponderadas as contribuições dos cidadãos na hoRA DA DECISÃO FINAL”, DISSE.
As autoridades tradicionais da província do Uíge manifestaram-se satisfeitas pelo projecto do Governo de divisão administrativa de algumas províncias particularmente do Uíge.
Numa outra perspectiva consideram que esta nova divisão administrativa vai trazer benefícios sociais às regiões e diminuir as assimetrias económicas existentes entre os municípios, comunas e regedorias.
Para o soba Manuel Soki da localidade de Kisakala, no município da Damba, o projecto representa uma viragem na abordagem das questões económicas dado que o surgimento de mais municípios vai viabilizar a resolução de problemas de vária índole, maior interação entre as autoridades administrativas e a população rural.
Miguel kudimuena soba de Salambongui referiu que a materialização do projecto vai permitir melhor exploração de reCURSOS FUNDIÁRIOS, IDENTIFICAÇÃO e valorização cultural bem como projectar o turismo. “Os municípios são grandes e com muita terra para a prática agrícola e pecuária, porém os jovens com capacidade física para trabalhar vão embora para as grandes cidades em busca de melhores condiçoes”, frisou.
A nova divisão administrativa vai também permitir a partilha de responsabilidade dos actuais governadores e administradores que têm sobre si grandes extensões de terras e uma densidade populacional consideravel. “Este projecto é bem vindo porque os futuros governadores e outros responsáveis poderão concentrar-se em zonas relativamente pequenas”, disse o regedor Domingos Silvestre do Banza II no município do Uíge.
TRÊS PROPOSTAS DE DIVISÃO
Segundo a proposta institucional apresentada a actual província deve ser repartida em duas, aglutinando a proposta (A) os municípios de Kimbele, Maquela do Zombo, Damba, Buengas, Milunga e Sanza Pombo, enquanto a sugestão (B) as circunscrições do Uíge, Negage, Puri, Bungo, Mucada, Songo, Bembe, Alto Cauale, Ambuíla e Dange-quitexe.
Durante os debates que sucederam a apresentação daquelas propostas, vários intervenientes sugeriram a repartição da província em três (3) onde a proposta (A) abarca Maquela do Zombo, Damba, Bungo, Mucaba, Songo, a proposta (B) Uíge, Negage, Puri, Dange-quitexe, Bembe e Ambuíla, enQUANTO A PROPOSTA (C) fica COM Kimbele, Buengas, Sanza Pombo, Milunga e Alto Cauale.
Os proponentes alegaram vários factores relacionados à convivência entre os povos e aspectos relevantes datados da ancestralidade.
Os municípios são grandes e com muita terra para a prática agrícola e pecuária