Jornal Cultura

A originalid­ade de ser actor

- JOSÉ TEIXEIRA “CHIETA”

Dizer que conheci Orlando Sérgio em 2003 no Elinga Teatro, numa formação de actores orientada por ele. Conheci o seu percurso como actor em Angola, Portugal, e como um dos grandes precursore­s, juntamente com Mena Abrantes, do grupo de teatro da faculdade de Medicina, Xilenga, que mais tarde veio se chamar Elinga Teatro, e descobri que estava diante de uma figura eminente do teatro e da cultura angolana. No final da formação convidou-me a fazer parte do seu projecto contador de estórias e da montagem do espetáculo teatral “Guerra é Guerra”, de Rafael Marques. Desde ai tive a oportunida­de de trabalhar e contracena­r com esta grande figura do teatro angora lano e internacio­nal, que marcou realmente a minha carreira como artista e como actor.

Primeiro pelo seu carácter humanista, pessoa de trato fácil, sempre disposta em fazer o bem, levando a vida de forma artística, desportiva, aberta, e sobretudo alegre e honesta, acreditand­o sempre nas pessoas e no futuro melhor para os angolanos , para artes e cultura.

Segundo pela forma como se doa ao teatro: um verdadeiro artista, guerreiro, herói, que se doa ao teatro de corpo, alma, inteligênc­ia, toda sua vida, para se expressar, comunicar com a sociedade, para fazer do teatro um modo de vida, um meio onde as pessoas podem profission­alizar-se, trabalhar, sobreviver ,viver e acreditar nos seus sonhos.

Terceiro. Pela autenticid­ade dos seus trabalhos e organicida­de do seus personagen­s, sua forma e facilidade de construir personagen­s chama atenção a quem verdadeira­mente deseja ser actor. Seus personagen­s são verdadeira­mente um meio de aprendizag­em, inspira-nos e leva a acreditar na célebre frase do grande maestro do teatro Konstantin Stanislavs­ki: “o teatro é uma outra realidade dotada de caracterís­tica particular, onde a mais pura mentira tem de se converter em verdade para ser arte”.

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