Jornal Cultura

A cultura presente na Expo Dubai

- António Bequengue | Dubai

Sob o tema “Conectando Mentes e Criando o Futuro”, um total de 192 nações, incluindo Angola, participa desde 1 de Outubro a 31 de Março de 2022, na Exposição Internacio­nal de Dubai, Expo Dubai 2020, retardada por um ano devido a pandemia da Covid-19.

Muitos países investiram em pavilhões próprios, a maioria dividida em três pilares: sustentabi­lidade, mobilidade e oportunida­de.

O pavilhão de Angola na Expo dispõe além do espaço expositivo, de gabinetes administra­tivos, uma área para espectácul­os, restaurant­e, loja de venda de bens culturais nacionais e galeria, na qual está patente, exposição “Ancestrali­dade e tecnologia – Trono Quântico”, da artista plástica Daniela Ribeiro, que será sucedida por outras, com a duração de um mês cada.

Lusona “Toje”, o desenho representa­tivo da Neotis Caffa, uma ave pernalta, é o logotipo do pavilhão de Angola. O logotipo é formado por 18 pontos que representa­m a cultura (inovação e tradição) das 18 províncias do país. Angola vai comemorar o dia nacional na Expo Dubai a 4 de Fevereiro de 2022.

Ocupando uma área de 2.300 metros quadrados, o espaço angolano na Exposição Internacio­nal do Dubai, assente no pilar Oportunida­de, tem o formato de

Sona (desenhos de área), típicos do povo Lunda Cokwe.

No Livro Oficial do Pavilhão de Angola, o Presidente da República, João Lourenço, destaca que: “A Expo Dubai 2020 tem como objectivo lançar pontes para um diálogo entre nações, ciente de que, num mundo fortemente interligad­o, é na colaboraçã­o entre os povos que residem as soluções para a preservaçã­o do planeta e do futuro da Humanidade”.

O pavilhão de Angola tem atraído muitos turistas, ansiosos em conhecer o que o país levou para mostrar ao mundo. No primeiro dia da Expo Dubai passaram pelo pavilhão nacional 1.800 pessoas, com destaque para o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, o embaixador de Angola nos Emirados Árabes Unidos, Albino Malungo, e uma delegação do Botswana chefiada pelo ministro do Comércio e do Investimen­to, Mmusi Kgafela. Até domingo, passados 24 dias de actividade, o pavilhão de Angola já tinha recebido a visita de perto de 65.000 turistas, número considerad­o bastante positivo pela comissária de Angola para a Expo Dubai, Albina Assis Africano.

No primeiro dia da exposição internacio­nal, o pavilhão do Paquistão bateu o recorde de visitantes ao receber a visita de 8.000 pessoas. Repleto de história e cultura, o pavilhão do Paquistão é dividido em oito espaços principais onde os visitantes podem experiment­ar os tesouros mais bem guardados do país, que vão desde o artesanato até a topografia deslumbran­te, assim como a comida deliciosa.

FESTIVAL DA LUSOFONIA

O palco do Isha Prayer Time, na Expo Dubai 2020, foi cenário de 14 a 16 desde mês, do Festival da Lusofonia”, com a actuação de músicos dos países de Língua Portuguesa.

Angola participou no festival com os músicos Calabeto, Daniel Nascimento, Marília Alberto, Nanutu e Nelo Carvalho. A caravana artística nacional incluiu ainda os artistas plásticos Guilherme Mampuya e Andreia Gambôa.

A participaç­ão angolana foi enriquecid­a pelo elenco artístico residente no pavilhão de Angola na Expo Dubai, nomeadamen­te a banda Ngola, o Duo Angola Classical, Gelson Castro, Heróide, Kina ku Moxi e Sara Saka.

Durante os três dias de festival, além dos angolanos, desfilaram no palco do Isha Prayer Time, o cabo-verdiano Tito Paris, o grupo vocal feminino português Sopa de Pedra e o fadista Marco Rodrigues, o grupo de Danças Ocultas, de Portugal, o General João Seria e o duo Filipe Santo & Olinda Beja, de São Tomé e Príncipe, Jomalu, de Moçambique, o trio Guiné-bissau, formado por Patchi Di Rima, Rui Sangará e Atanásio Hatchuen, e a banda Cores de Aidê, do Brasil.

O festival da Lusofonia veio reforçar o princípio da irmandade e fraternida­de entre os países de Língua Portuguesa, homenagean­do, igualmente, os 25 anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no ano em que Angola assume a presidênci­a.

O festival foi mais um contributo para a divulgação deste idioma, aparenteme­nte desconheci­do, mas falado na Europa, África, América e Ásia, constituin­do verdadeira­s pontes de união entre estes povos.

A Expo Dubai pretende ser uma plataforma internacio­nal para a promoção da criativida­de, inovação e cooperação a nível global, facilitand­o, desta forma, o intercâmbi­o de ideias e de culturas.

“ANCESTRALI­DADE E TECNOLOGIA”

“Ancestrali­dade e tecnologia – Trono Quântico” é o título da exposição da artista plástica luso-angolana Daniela Ribeiro patente desde o dia 3 deste mês e durante um mês, na galaria do Pavilhão de Angola, na Expo Dubai 2020.

A mostra, que abre o ciclo de exposições de artistas angolanos na galeria no pavilhão nacional na Expo Dubai, cada uma com a duração de um mês, é inspirada na tradição (ancestrali­dade) e no modernismo (tecnologia).

Essa exposição é uma forma de criticar e chamar atenção do público para todo o conceito por detrás dos demais trabalhos da Expo, já que muitos dos pavilhões estão a usar a realidade virtual, disse a artista ao Jornal Cultura. “Estamos na geração dos milénios, que nasceram afrente do computador. Se formos aos pavilhões vemos tudo virtual. Não sentimos o lado humano, porque os espectácul­os são quase todos feitos por máquinas”, criticou.

“Ancestrali­dade e tecnologia – Trono Quântico” é uma peça de arte, cuja produção artística foi muito difícil, por reunir milhões de telemóveis. “Só o conceito levou dois anos para ser produzido”.

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Número de visitas ao pavilhão considerad­o bastante positivo pela comissária de Angola para a Expo Dubai, Albina Assis Africano
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Artista plástico Guilherme Mampuya é um dos integrante­s da comitiva angolana
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A Expo Dubai pretende ser uma plataforma internacio­nal para a promoção da criativida­de, inovação e cooperação a nível global

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