Do Huambo à galeria do "Top dos mais queridos"
Os Picantes, o quarteto de artistas vencedor da gala do Top dos Mais Queridos, carimbou o seu nome na galeria dos melhores músicos e mais queridos de Angola, representando condignamente a província do Huambo, apesar DAS DIFICULDADES ENCONTRADAS durante o concurso em função das potencialidades dos demais candidatos ao galardão.
A corrida começou na rádio Huambo (do grupo Nacional de Angola), quando os ouvintes votaram através de chamadas telefónicas aos candidatos, num universo de mais de 150 músicos locais votados e QUE FICARAM NA PRIMEIRA Eliminatória do concurso. Os Picantes resistiram. Depois, já noutra fase de eliminação, a mais SEVERA DOS DEZ FINALISTAS, E NO dia da gala, os jovens Agostinho Carlos “Moroty”, Agostinho Epalanga “Chefe Escorrega”, Chikilson e Albino Hossi “Jobiloy” foram eleitos para representar a província na gala FINAL NA CAPITAL DO PAÍS.
“Na primeira fase do concurso muitas pessoas nos abusaram, dizendo que “os Picantes eram um grupo do musseque que não iria a lado algum”, lembra Agostinho Carlos “Moroty". "Hoje os jovens do gueto vieram à ribalta, geralmente os bons artistas vêem do nada, conseguimos tirar o troféu da elite para este musseque, isso não é fácil”.
Agostinho Carlos “Moroty” confessou que a música “Crise no lar” colocou o grupo no melhor palco da música angolana e revelou a realidade em que vivem muitas famílias desestabilizadas na província e no país, inspirou os integrantes para cantar, apelar e corrigir este mal que assola as famílias, com objectivo de encontrar paz, amor e estabilidade nos lares e as crianças cresçam num convívio saudável entre os seus membros.
Quando o grupo deu conta de que a sua música estava a ser bem votada a partir da rádio local, enTÃO DECIDIU INTENSIFICAR A CAMPANHA que contou com o apoio do marketing do promotor de eventos Hito Capitalista Promoções e DOS PATROCINADORES QUE TUDO fizeram para o alcance da vitória.
A gala provincial aconteceu no dia 29 de Maio no auditório da rádio Huambo e deu motivação e bravura para competir ombro a ombro com os outros artistas vindos de diferentes pontos de Angola.
Agostinho Carlos agradeceu a todos os fãs e amantes da sua música que votaram para os Picantes, para que fossem merecedores deste troféu. “Estamos felizes com este prémio que chegou ao Huambo graças a votação dos fãs e de todos aqueles que acreditaram no nosso talento”.
PROJECTOS DO GRUPO
Por hoje a vitória chegou até a província do Huambo. E por isso a preocupação dos Picantes é a projecção para o futuro. Os integrantes do grupo foram unânimes em reconhecer a necessidade de continuar a TRABALHAR COM MAIS AFINCO Para manter o nível das vitórias, uma forma de manter a sua popularidade diante dos seus fãs.
“Daqui em diante vamos gerir o nosso sucesso de forma MAIS PROFISSIONAL POSSÍVEL. O nosso objectivo é fazer carreira neste mundo musical. O grupo tem outros projectos além de GRAVAR MAIS OBRAS DISCOGRÁFICAS”, revela Agostinho Carlos, apesar de estarem cientes das DIFICULDADES FINANCEIRAS QUE O grupo vai atravessar.
"Este prémio vai trazer mais visibilidade e abertura aos membros do grupo, por ser o primeiro prémio do Top dos Mais Queridos que a província do Huambo conquista", disse.
“O mais importante para os
Picantes não é o dinheiro que recebemos como prémio, apesar de que vai dar muito jeito aos nossos projectos, mas sim exaltar o nome do grupo dentro da cultura angolana, bem como a nossa origem humilde, o bairro da Santa Teresa, província do Huambo”, frisa Agostinho Carlos.
"Depois de muito trabalho conquistamos o nosso espaço até chegar ao palco mais alto da música de Angola. As nossas conquistas e sucesso superam qualquer valor monetário, mas devemos admitir que o prémio trouxe mais visibilidade ao grupo e precisamos de mais profissionalismo para defender este título", disse.
TRAJECTÓRIA DO GRUPO
O grupo foi fundado do nada, em 2008, no bairro da Santa Teresa, no sector Bandeira Benfica, na altura composto por cinco pessoas que animavam as tardes de sábados e domingos com música e dança de estilo Kuduro. Dos cinco elementos desistiu um e ficaram quatro.
Hoje o grupo é integrado por Agostinho Carlos “Moroty Produções”, Agostinho Epalanga “Chefe Escorrega”, Albino Hossi “Jobiloy” e Chikilson do Gueto, que até hoje continuam a arquitectar vários projectos em conjunto.
Jovens oriundos de famílias humildes e trabalhadoras, preferiram abraçar a carreira musical Kuduro e depois optaram por enveredar para o estilo Afro house tradicional, considerado a bandeira do grupo e pretendem evoluir este estilo de música e dança que foi criado por eles próprios em função do ritmo que carrega as suas músicas.
O Afro house tradicional é uma música que congrega quase todos os estilos como semba, kuduro, kilapanga, sungurra, house e outros num só ritmo, servindo como cartão de visita dos Picantes. Dizem que este estilo casa melhor quando é cantado em língua nacional umbundo e que são os primeiros a fazê-lo. "Precisamos que seja evoluído e divulgado", diz Agostinho Carlos.
Os Picantes estão no mundo da música há mais de 15 anos, só que nunca conseguiram ter grande visibilidade no mercado: E só começaram a se impor e se assumir como tal no ano 2013 depois de lançarem o single “Mambo está torto”.
Para chegar a fase da vitória do Top dos Mais Queridos, os Picantes conquistaram três milhões e 348 mil votos deixando para trás nomes com forte gabarito na música angolana.