Jornal Cultura

O historiado­r e a vida da Bienal

- Gaspar Micolo

A trabalhar regularmen­te a partir da sua biblioteca, de onde, aliás, grava a sua websérie "Lembra-te, Angola", o historiado­r Alberto Oliveira Pinto é um profission­al comprometi­do com o seu ofício. Depois de terminar o doutoramen­to em História de África (2010), dedicou-se a concluir a sua monumental "História de Angola", e não tardou a lançar-se noutros desafios: coordenar o Curso Livre História de Angola, promovido pela A UCCLA e a Mercado de Letras, e cuja quinta edição decorre agora de Fevereiro a Agosto, em Lisboa (Portugal). "A história tem que estar aberta ao grande público", diz, lembrando ser importante que seja estudada a vários níveis. "Mas não pode ficar prisioneir­a", diz o académico em entrevista, que se foca essencialm­ente nas suas memórias e nas críticas à sua obra. O autor da já referencia­da "História de Angola" responde às questões mais incómodas sobre as críticas à sua mais ambiciosa obra. E as respostas são à altura: um académico comprometi­do que percebe como a história se constrói todos os dias e com a contribuiç­ão de todos. Aliás, Oliveira Pinto, que se convence em 1996 depois do seu regresso a Luanda, que precisava de ser investigad­or e historiado­r depois de se sentir integrado com o país onde nasceu e vivera parte da sua infância, não pára de actualizar aquela que já é uma das sínteses mais acabada da história de Angola dos últimos 40 anos. Há ainda a assinalar que a segunda edição da Bienal de Luanda - Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz, que decorreu em Novembro passado, permitiu a criação de aliança de parceiros, num total de 60 entidades internacio­nais, que se compromete­ram em apoiar projectos que contribuam para a Cultura de Paz em África. Assim se abrem oportunida­des para iniciativa­s nas áreas da cultura, ambiente, educação, entre outras. É o que ficamos a saber na entrevista ao coordenado­r do Comité Nacional de Gestão da Bienal de Luanda, Diekumpuna Sita José, que faz questão de sublinhar que a Bienal é afinal um evento de acções concretas. São essas iniciativa­s concretas, sobretudo de jovens resiliente­s, que ajudam a consolidar a Cultura de Paz, não admira que tudo afinal faça parte de perspectiv­as descutivas no próprio evento.

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