Obras de Cristiano Mangovo exibidas em Nova Iorque
ARTES PLÁSTICAS
Agaleria Allouche Gallery, sediada em Nova Iorque, alberga, de 24 de Fevereiro a 11 de Março, oito obras de arte do criador angolano Cristiano Mangovo, no âmbito da exposição colectiva “Speaking in Two Tongues” (Falar em duas línguas), conjunta com o artista norte-americano Logan Sylve. A exposição explora as linguagens artísticas, com revelações e o cruzamento das narrativas visuais propostas nas peças patentes.
Segundo Cristiano Mangovo, a mostra serve como uma reflexão sobre a cultura, a tradição e as relações dinâmicas entre indivíduos e os seus corpos, sendo composta por telas e animação com elementos dos estilos surrealismo, expressionismo e ilustração.
O artista angolano, que falou ao Jornal de Angola a partir de Lisboa, Portugal, disse que apresenta um conjunto de oito quadros de pintura produzidos no ano passado, enquanto esteve em residência artística na referida galeria.
As obras, produzidas em acrílico sobre tela, reflectem as tradições angolanas em desvanecimento com cenas da natureza e da vida metropolitana, oferecendo uma narrativa comovente da preservação cultural.
"Elas retratam ao mesmo tempo o imenso fardo da vida, bem como o puro milagre da existência, como em todas as outras minhas obras de arte”, referiu o artista, cuja obra é rica em simbolismo popular e temáticas recorrentes enraizadas na natureza, no ritual e na fisionomia, com pinturas vibrantes retratando pessoas e animais em ambientes não convencionais.
Segundo a curadoria, Logan Sylve é um artista que habilmente usa a agulha para capturar aparências externas e revelar verdades internas em suas telas repletas de vida. Numa nota a que o nosso diário teve acesso, a curadoria refere que Logan cria personagens alongadas semelhantes, que transmitem vida em telas cinza ou em cores primárias brilhantes, adornadas e com características exageradas, como dentes grandes e sorridentes e olhos ovais expansivos.
"Ele é reconhecido pelas deliberadas distorções anatómicas dos seus temas, que combinam perfeitamente elementos do surrealismo, expressionismo, ilustração e animação em sua prolífica obra, usando tinta, nanquim, lápis, esgrafito, entre outros”.
Reconhecida galeria em Nova Iorque
Fundada em 2014, a Allouche Gallery abriga uma lista internacional de alguns dos artistas mais reconhecidos da cena cultural mundial e importantes artistas visuais contemporâneos. Através do seu programa de exposições, a galeria conquistou uma reputação internacional, destacando artistas cujo trabalho desafia directamente noções preconcebidas da cultura visual contemporânea e que afirmam o seu lugar na arte do século XXI.
Lar de um selecto grupo de artistas consagrados e em ascensão, a Allouche Gallery foi fundada por Eric Allouche é considerada uma das principais galerias de arte comercial de Nova Iorque, pela sua regular agenda no que diz respeito à exibição de obras de arte contemporânea de grande qualidade.
Trajectória dos artistas
Cristiano Mangovo nasceu em 1982, em Cabinda. Graduado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes de Kinshasa (RDC), e tem participado em residências artísticas e realizado exposições no estrangeiro. Participou na expo Milão em 2015, com uma instalação e performance individual no Pavilhão de Angola, e na VII Bienal Internacional de Gravura do Douro, em Portugal.
O artista trabalhou com o Mestre António Ana "Etona” e Patrício Mawete em artes plásticas, e não só bem como participou em vários seminários sobre cenografia urbana e performance. Expôs individual e colectivamente em diferentes países, como Angola, África do Sul, RDC, Portugal, França, Itália e agora nos EUA, com destaque para uma exposição individual na Fundação Arte e Cultura e no BAI Arte (Luanda), em 2013. Expôs a Colecção "Guiadores” no Memorial Dr. António Agostinho Neto, em 2014, e participou na exposição "Seeds of Memory”, no Pavilhão de Angola da Expo Milão (Itália), em 2015.
Logan Sylve é pintor e ilustrador contemporâneo, natural de Nova Orleans, de 29 anos. Autodidacta, Logan começou a criar em tenra idade, após manter contacto com o diálogo visual da banda desenhada, cujas obras são protagonistas às personagens "Wolverine” e "The Maxx”. Desde cedo, a sua obra acumulou uma legião de coleccionadores e seguidores leais internacionais.