Banda Impactus 4
Filha da professora Maria de Fátima Coimbra e do militar da classe dos comandos Orlando Mendes Semedo, Yola Moutofa Coimbra Semedo nasceu a 8 de Maio de 1978, no Lobito. Da sua parte materna, correlhe no sangue a linhagem real dos kwanyama, de que origina o seu nome “Moutofa”, que quer dizer “o mundo aos teus pés”.
A primeira vez que subiu ao palco tinha, apenas sete anos de idade, no Lobito, com uma assistência de mais de mil pessoas presentes. Porém, o pânico e a surpresa tomaram conta da pequena cantora. Yola Semedo não conseguiu cantar. Voltaria a tentar, no Cine Arco-iris, no Lubango, onde concretiza a primeira experiência em palco. Vinda de uma família de músicos, tanto parte paterna quanto materna, Yola Semedo, numa entrevista à imprensa, recordou que sempre viu o pai a empunhar a guitarra e a mãe a cantar, com os amigos à volta. É uma imagem marcante da sua infância.
O pai foi um músico que não chegou a seguir uma carreira. Durante a passagem pelo seminário, tentou, algumas vezes, mas sem grandes ambições. Porém, visto que a educação musical era uma tarefa diária dos seus filhos, forma os Impactus 4. Yola Semedo era a mais nova do grupo. Jorge, que começa tocar
“A mulher angolana por natureza é guerreira. É uma mulher que acredita poder fazer muito com pouco. Isso tornanos heroínas. Eu tenho orgulho de ser angolana por várias vertentes, e uma delas é especialmente por ser mulher desta terra”, defende
Em Dezembro de 2004 Yola Semedo perde o pai, facto que causou uma das maiores tristezas que carrega na vida. “O facto de o meu pai não ter visto o meu primeiro trabalho a solo”, manifesta. O álbum foi lançado em Janeiro de 2005
muito cedo, Eduina segue-lhe os dotes de guitarra desde os cinco anos de idade, junta-se o irmão Alcino e alguns primos. Os ensaios eram rígidos. Yola Semedo assistia atentamente. Para que seguisse a tradição musical da família, o pai incentiva Yola Semedo e cria o grupo Projecção, com elementos da mesma faixa etária da filha, maioritariamente colegas da escola. Era esse o grupo que fazia a animação nas apresentações dos Impactus 4.
Porém, eventos da vida familiar determinam a ida da mãe e os filhos à Namíbia. Foi nestas circunstâncias, já na Namibia, que Yola Semedo integra na avançada formação dos Impactus 4, muito apoiada pelos irmãos. Yola Semedo tinha 13 anos.
Naquele país vizinho tomam contacto com um senhor identificado por Galiano, afecto à Embaixada de Angola na Namíbia, que deu o apoio à banda para a realização do primeiro espectáculo na Namibia, a cantar kizomba. Foram os pioneiros do estilo kizomba na Namíbia. Foi um sucesso naquele país. Yola Semedo pontua que toda a carreira de sucesso da banda inicia na Namíbia. Foi ai que se começa a projectar o primeiro álbum da banda, “Olha Futa – hoje”, que viria ser um grande sucesso nacional. Depois surgiu “É Hora” e “De nós para vocês”.
O fim da banda acontece naturalmente. Os irmãos já tinham a família formada e a música não era o suficiente. Jorge e Eduina estavam ligados à diplomacia, Alcino começa os passos como empresário. Essa foi a razão maior para o fim dos Impactus 4. Yola Semedo, a mais nova, continuou a vida artística. A ida de Heavy C à Namíbia, para um espectáculo, foi fundamental para o futuro da cantora, tendo apostado em Yola Semedo para um álbum a solo. Heavy C foi quem produziu o álbum “Yola Semedo”, marco da carreira a solo. “Aquele álbum é trabalho do Heavy C”, reconhece Yola Semedo. A maquete foi comprada pelo jornalista e promotor cultural Afonso Quintas. Em 2004, o álbum foi acabado na África do Sul. Infelizmente, em Dezembro deste ano Yola Semedo perde o pai, momento em que vive uma das maiores tristezas que carrega na vida. “O facto de o meu pai não ter visto o meu primeiro trabalho a solo”, manifesta.
O álbum “Yola Semedo” foi lançado em janeiro de 2005. Seguiram-se, entre outros álbuns, “Minha Alma”, “Diário de Memórias”, “Sem Medo”, “35 anos”, “Filho Meu”, “É Hora” e “Sou Kizombeira”, este último lançado em 2022.
Com uma carreira de sucessivos sucessos e premiada em várias fases do seu percurso, Yola Semedo é considerada a grande voz feminina da kizomba, este movimento musical que determinou as pistas de dança e a paleta de gosto desde a década de 1980.
Tterceira edição do Festival de Kizomba, a ser realizado no dia 7 de Março, na tenda do Centro de Conferências de Belas (CCB), em Luanda, traz como rostos de cartaz os artistas Ângelo Boss, Impactus 4, Francky Vincent e Dina Medina. O evento resulta numa reunião entre artistas nacionais e internacionais deste estilo musical que tem conquistado o mundo. O realizador do festival, Nuno Monster, falou deste projecto.
Faltando dias para a realização de mais um Festival de Kizomba, quais são as novidades desta edição? De novidades, vamos ter sempre alguns artistas que nunca mais pisaram o solo angolano, e isso é que faz a nossa diferença. Pretendemos ir à busca daquela nostalgia da kizomba com músicas e cantores que marcaram várias gerações e muito fizeram para o sucesso deste estilo que é o foco do festival.
Há uma característica que é a ausência dos novos fazedores de kizomba nas três edições. O que acontece? Em todo o meio, e até mesmo nas nossas casas, existe uma hierarquia. E uma vez que nós começamos com a kizomba, a ideia é dar primazia aos mais antigos. Porém, não quero dizer com isso que numa das edições não possamos ter os novos artistas. Acredito que seja de bom-tom buscarmos a raiz da kizomba, que são esses artistas que procuramos apresentar na primeira, segunda e, agora, terceira edição. Mas não estamos a pôr ninguém de parte e contamos com todos aqueles fazedores do estilo kizomba, mas nesta fase queremos ainda dar primazia aos kotas.
Passaram os O2, Os Versáteis e agora os Impactos 4. O festival tem levado bandas que já não se apresentam com regularidade. Como tem sido para reunir os integrantes?
Graças a Deus tem sido fácil, porque independentemente de estarem envolvidos noutros projectos da carreira, existe o amor entre eles, e o amor salva. É uma coisa que todos eles quando são contactados e explica-mos que o projecto tem como objectivo trazer a nostalgia, eles abraçam com muita força. E não temos tido pedras no caminho ou impedimentos que não possa haver junção. Porque são grupos antigos, separaram-se por algum motivo. Existem mágoas que depois são ultrapassadas, e tenho visto que em muitos grupos conseguem perceber que ainda existe o amor e amizade um pelo outro.
Olhando para o cartaz, encontramos Ângelo Boss de volta aos palcos angolanos…
O Ângelo Boss é uma lenda e até há bem pouco tempo fiquei a saber que ele afinal já canta desde os 9 anos de idade. Então, é alguém que merece mesmo o nosso respeito naquilo que é o estilo Kizomba, que faz muito bem. É alguém respeitado e carismático. É alguém que tem uma história na nossa música, porque tem muita estrada na kizomba.
Outras presenças confirmadas…
Temos também de Cabo Verde Nhone Lima, Rui Lastman e Dina Medina, e das antilhas Francky Vicent e Christian Yeye. Como disse, quem conhece, quem gosta do estilo Kizomba, conhece estas lendas como aqueles que muito que fizeram pelo estilo Kizomba. Na verdade, temos em carteira muitos outros que ainda não vamos tornar público.
Que balanço faz das edições anteriores?
Alegre, nostálgico e emocionante. Por exemplo, no ano passado tivemos Johnny Ramos, Valdo Semedo, Janota, Ariete Furtado, Versáteis, Yola Araújo. São muitas coisas positivas que nem podem ser resumidas numa palavra. Neste momento, o Festival de Kizomba já é uma marca conhecida e estamos aqui em primeiro lugar, graças a esse público que abraçou o projecto, sem esquecer o apoio da imprensa.
O ano passado fechou com a homenagem. Este ano já
No festival da kizomba e outros eventos por si organizados tem apostado muito em artistas caboverdianos…
Penso que é mediante a agenda, porque às vezes nós solicitamos alguns músicos e eles não têm a agenda disponível. Mesmo alguns, como foi o caso do Janota, da Guiné-bissau, quando recebem o convite há o efeito surpresa e sentem alguma pressão. Também devemos olhar para a abertura dos artistas cabo-verdianos e também pela forma como preparamos o cartaz, onde muitos deles são garantia de bons resultados.
Tal como no ano passado, depois do concerto o evento vai se estender até ao dia seguinte?
Não podemos garantir. O ano passado fomos até às 6h00. No primeiro fomos até às 7h00. Não sei se desta vez conseguiremos. Tudo depende das pessoas, da boa disposição. Mas nós vamos estar lá para servir a todos.
Neste momento, o Festival de Kizomba já é uma marca conhecida graças ao público que abraçou o projecto desde a primeira edição
De organizador de festas para o Festival da Kizomba. É um grande pulo, certo? Nós devemos fazer sempre actualizações nas nossas vidas e nos reinventarmos. Eu venho da realização de festas e sou conhecido como promotor deste género de eventos que é a minha especialidade. Com mais de 22 anos de estrada, eu senti a necessidade de fazer algo diferente e mais maduro, que estivesse mais ou menos ao nível do nome que conquistei ao longo dos anos. Então tinha que ter outra aparição, não só continuar com as festas, porque surgiu a nova geração de promotores e senti a necessi